Quebrando com tradição vigente desde a
criação da Pasta da Defesa, em 1999, o Presidente Michel Temer colocou, por
primeira vez, um militar no comando do Ministério da Defesa.
Talvez para contornar estranhezas, o
porta-voz do Planalto, Alexandre Parola, terá anunciado que o general assume a
pasta interinamente, ainda que, segundo o Estadão apurou, a intenção
presidencial seria de mantê-lo no posto até o fim de seu mandato.
O escolhido é o general da reserva do
Exército, Joaquim Silva e Luna. Ele vai substituir o civil Raul Jungmann para o
recém-criado Ministério Extraordinário da Segurança Jurídica (Temer parece ter
um fraco por ministérios extraordinários).
Também nesse sentido, a escolha do
general Silva e Luna foi defendida pelo Ministro-chefe do Gabinete de Segurança
Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen. Ele já era uma espécie de "braço direito" de Jungmann,
como Secretário-Geral da Defesa. "O nome disse é continuidade. Decidiu-se
pela continuidade e por quem proximidade com o Ministro da Segurança Pública,
para alinhar os esforços, facilitando todas as ligações e contatos para as
ações de segurança que vão continuar acontecendo daqui para a frente. Só
isso", disse Etchegoyen.
Sem embargo, na Marinha e na
Aeronáutica há ressalvas em relação à situação. A avaliação de alguns oficiais
é de que o ideal seria tanto o Ministro, quanto o cargo de secretário-geral
serem ocupados por civis. Estes mesmos oficiais lembram que a escolha traz de
volta a discussão que existia no antigo Estado Maior das Forças Armadas (Emfa),
órgão que precedeu o Ministério da Defesa,em que integrantes do Exército
tiveram protagonismo em relação a representantes de outras forças.
Velhas rivalidades, portanto,
no seio das Forças Armadas podem ser reacesas por aprendizes no assunto, como
seria o caso de Temer, quanto a virtual reexumação do antigo EMFA, e dos ciúmes que despertava o
natural protagonismo do Exército (por ser a maior delas) em relação às demais
Forças, e à conveniência de, para tanto, chamarem civis para que tratassem de
tais questões.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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