terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Temer coloca militar na Defesa


                                   
          Quebrando com tradição vigente desde a criação da Pasta da Defesa, em 1999, o Presidente Michel Temer colocou, por primeira vez, um militar no comando do Ministério da Defesa.
           Talvez para contornar estranhezas, o porta-voz do Planalto, Alexandre Parola, terá anunciado que o general assume a pasta interinamente, ainda que, segundo o Estadão apurou, a intenção presidencial seria de mantê-lo no posto até o fim de seu mandato.
          O escolhido é o general da reserva do Exército, Joaquim Silva e Luna. Ele vai substituir o civil Raul Jungmann para o recém-criado Ministério Extraordinário da Segurança Jurídica (Temer parece ter um fraco por ministérios extraordinários).

           Também nesse sentido, a escolha do general Silva e Luna foi defendida pelo Ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen. Ele já era uma espécie  de "braço direito" de Jungmann, como Secretário-Geral da Defesa. "O nome disse é continuidade. Decidiu-se pela continuidade e por quem proximidade com o Ministro da Segurança Pública, para alinhar os esforços, facilitando todas as ligações e contatos para as ações de segurança que vão continuar acontecendo daqui para a frente. Só isso", disse Etchegoyen.

              Sem embargo, na Marinha e na Aeronáutica há ressalvas em relação à situação. A avaliação de alguns oficiais é de que o ideal seria tanto o Ministro, quanto o cargo de secretário-geral serem ocupados por civis. Estes mesmos oficiais lembram que a escolha traz de volta a discussão que existia no antigo Estado Maior das Forças Armadas (Emfa), órgão que precedeu o Ministério da Defesa,em que integrantes do Exército tiveram protagonismo em relação a representantes de outras forças.
                 Velhas rivalidades, portanto, no seio das Forças Armadas podem ser reacesas por aprendizes no assunto, como seria o caso de Temer, quanto a virtual reexumação do antigo EMFA, e dos ciúmes que despertava o natural protagonismo do Exército (por ser a maior delas) em relação às demais Forças, e à conveniência de, para tanto, chamarem civis para que tratassem de tais questões.

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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