Já está longe o
horizonte do levante na Síria tendente a derrubar o regime de Bashar al-Assad.
Saído das passeatas ainda pacíficas contra o regime, este mesmo se encarregou de
empurrar a juventude e as forças progressistas para a rebelião, a princípio
contestadora, mas ainda sem uso da força, até que o próprio ditador Bashar,
através de repressão desapiedada, tornaria inviável qualquer recurso com ênfase
de Paz.
Não me proponho replicar aqui a longa,
tortuosa e heróica luta do povo sírio pela liberdade, contra o poder dos Assad.
Hoje a guerra na Síria é um monstro irreconhecível, ao cabo de tantas fases que
foram por ela geradas.
No seu momento presente, que tudo indica
será o derradeiro, não mais está em questão a derrubada do tirano. Bashar al-Assad engoliu o próprio orgulho e
mesmo as preferências soberanas, para tornar-se, após sua peregrinação ao Kremlin, um poder subordinado ao
Presidente Vladimir Putin. Ao aceitar a suserania russa, o ditador alauíta
evitou - pelo menos por ora - o espectro do Tribunal Penal Internacional.
Na suposta fase terminal dessa
guerra, trata-se para Bashar de afastar de um bairro de Damasco a resistência dos
sírios livres. A despeito do grande número de sírios opositores do regime de
Bashar, naquele extenso bairro, a força
aérea russa tem participado dos intensos bombardeios - juntamente com os parcos
aviões do tirano sírio - no que é uma cínica operação de eliminação de o que resta de oposição ao ditador
al-Assad.
Os curdos - que são aliados dos
americanos no conflito - têm enfrentado outras batalhas, causadas pela operação
"Ramo de Oliveira", movida
por Erdogan, o que mostra que o ditador turco tem um cínico humor que se casa à
maravilha com o que vem realizando no que tange à intelectualidade de seu país.
Preocupa, outrossim, aos curdos que Afrin, a região por eles dominada na Síria,
sofra forte ataque dos contingentes turcos. Em tais refregas, têm eles de
adotar decisões difíceis, eis que a própria sobrevivência está em jogo. Consterna, de resto, que Mr
Trump permita que os turcos de Erdogan ataquem os curdos, logo estes que são
fundamentais na estratégia de exorcizar, derrotar e suprimir a antiga ameaça do
Estado Islâmico, que hoje parece em retirada em todas as poucas latitudes que
ainda lhe restavam na Síria e no parco território restante do Oriente Médio.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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