domingo, 4 de fevereiro de 2018

Palavras pró-golpe do Secretário Tillerson

                       

        A turma de Trump não é exatamente aquela que se enquadra na normalidade constitucional.  Como diplomata que fui, nunca deparei exemplo similar ao de Rex Tillerson, que não se pejou de dizer de forma transparente  que um golpe militar poderia ser a solução para a Venezuela.
        A situação na terra de Bolívar não poderia ser pior, como é patente,  pelo comportamento do governo Maduro. Mas daí a preconizar o recurso ao golpe militar para a solução dos problemas da Venezuela,  me parece tão absurdo quanto despropositado.
        A sociedade interamericana - e talvez esteja aí um bom pretexto para que a nossa OEA procure ser um agente de mudança naquele país, porque o próprio comporta-mento dos cidadãos venezuelanos, especialmente os mais pobres, está evidenciando que algo precisa ser feito para resolver a situação calamitosa em que esse país ora se encontra.  Tampouco é solução que os países limítrofes da Venezuela se tornem os recepiendários de seus movimentos migratórios  de massa, com vem acontecendo com a Colômbia e o Brasil, dada a calamitosa situação social em que se acha aquele nosso país vizinho.
          Ao classificar os militares como "agentes de mudança" e "convidar as Forças Armadas a derrubar o governo, você está mostrando falta de respeito", afirmou o Ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino. Ao fazê-lo, o Ministro se fez acompanhar de integrantes do alto escalão das Forças Armadas da Venezuela.
           A esse propósito, na quinta-feira, antes de embarcar na sua viagem de seis dias pela America Latina,  Tillerson levantara a perspectiva de um golpe militar contra Maduro, classificando na oportunidade os militares como "agentes de mudança".


( Fonte:  O Estado de S. Paulo )          

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