A
turma de Trump não é exatamente aquela que se enquadra na normalidade
constitucional. Como diplomata que fui,
nunca deparei exemplo similar ao de Rex Tillerson, que não se pejou de dizer de
forma transparente que um golpe militar
poderia ser a solução para a Venezuela.
A
situação na terra de Bolívar não poderia ser pior, como é patente, pelo comportamento do governo Maduro. Mas daí
a preconizar o recurso ao golpe militar para a solução dos problemas da
Venezuela, me parece tão absurdo quanto
despropositado.
A
sociedade interamericana - e talvez esteja aí um bom pretexto para que a nossa
OEA procure ser um agente de mudança naquele país, porque o próprio
comporta-mento dos cidadãos venezuelanos, especialmente os mais pobres, está evidenciando
que algo precisa ser feito para resolver a situação calamitosa em que esse país
ora se encontra. Tampouco é solução que
os países limítrofes da Venezuela se tornem os recepiendários de seus movimentos
migratórios de massa, com vem acontecendo
com a Colômbia e o Brasil, dada a calamitosa situação social em que se acha
aquele nosso país vizinho.
Ao
classificar os militares como "agentes de mudança" e "convidar
as Forças Armadas a derrubar o governo, você está mostrando falta de respeito",
afirmou o Ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino. Ao fazê-lo, o
Ministro se fez acompanhar de integrantes do alto escalão das Forças Armadas da
Venezuela.
A esse propósito, na quinta-feira, antes
de embarcar na sua viagem de seis dias pela America Latina, Tillerson levantara a perspectiva de um golpe
militar contra Maduro, classificando na oportunidade os militares como
"agentes de mudança".
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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