Quinze meses já
passaram após a sua inesperada derrota contra o concorrente Donald J.Trump e, por
fim, Hillary Clinton volta a Washington.
Não há negar que Trump com a sua
anti-maneira de governar, a circunstância de estar submetido a uma investigação
- que pode dar-lhe o destino de Richard M.Nixon - pelo Conselheiro
Especial Robert Mueller III, e a sua ojeriza ao estrangeiro arrasta essa
cidade, que já é um pouco provinciana nos costumes e aparências, a não ter a
presença internacional que o estranho Trump, com suas teses, muitas das quais
na contra-mão da História, crie óbices desnecessários para a projeção americana.
Ao formular essas frases e palavras,
quase sinto a discordância de muitos,
que pensarão ser a figura do presidente uma expressão menor na
capital. Não poderia discordar mais.
Alguém que tivesse maior presença, que não estivesse quase que unicamente
preocupado em afastar a ameaça da investigação, e que restringe muitas de suas
atividades a uma visão paroquial da comunidade internacional, como
se observou, de resto, no seu estranhíssimo comportamento quando da visita de
Frau Angela Merkel, tende a representar um óbice para a significação de
Wahington enquanto capital.
E é exatamente nessa linha de
cosmopolitismo que Hillary pautou a sua palestra, pronunciada na Universidade
de Georgetown. Quinze meses depois da posse de seu adversário, a que com grande
espírito compareceu, Hillary volta a
Washington. Para esse estranho recuo americano, disse Hillary: "Temos de
restabelecer a voz dos Estados Unidos na arena mundial", declarou a ex-candidata à presidência nesta segunda-feira, cinco de fevereiro.
"Se você começa a não ligar ou rejeitar o que acontece no mundo, você
começa a perder batalhas."
A democrata igualmente voltou a
criticar o sexismo como fator que contribuíu para a sua derrota em 2016, e
acrescentou que continuará na "linha de frente da democracia."
Hillary discursou para estudantes
na Universidade de Georgetown, ao ensejo de evento em homenagem a mulheres que
buscam direitos humanos, paz e justiça.
O Prêmio leva o nome de Hillary Clinton e é concedido anualmente pelo
Instituto Georgetown pelas Mulheres, Paz e Segurança. Foram agraciadas neste ano a ex-refém do
Estado Islâmico, Nadia Murad, a ativista de Mianmar Wai Wai Nu e a canadense
Lyce Doucet, correspondente da BBC.
Hillary foi apresentada como a
primeira mulher a disputar uma eleição para a Presidência dos Estados Unidos, e
que ganhou a votação direta, chamada popular, por cerca de três milhões de
votos.
Usou o palco para defender o
protagonismo feminino na política e na sociedade, e também para criticar Donald Trump. Nesse contexto Hillary apelou
para que os Estados Unidos não abandonem o Acordo de Paris sobre o Clima. A
intenção de Trump de abandonar o acordo climático foi anunciada em janeiro
2016, mas isto só será possível por suas regras a partir de 2022.
Defendeu, além disso, a mobilização popular e
estudantil pelo tema, dado o absurdo da decisão.
Na sua discordância de Trump e de
sua postura retrógrada, disse "A verdade está sitiada. O trabalho do
jornalismo é crucial nos dias que correm."
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
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