Na Argentina, escala inicial da viagem
do Secretário de Estado, Rex Tillerson anuncia o estudo de sanções
contra a produção de petróleo da Venezuela. Seria mais um meio de combater a
"deriva autoritária" do governo de Nicolás Maduro.
Também na defesa de sanções contra a
Venezuela, Tillerson declarou "não fazer nada (contra o Governo de Maduro) é permitir que o povo venezuelano
continue sofrendo".
Na reunião com o Ministro do Exterior Jorge Faurie - que se realizou em
Bariloche, na Patagônia argentina, Tillerson disse estar preocupado com a crise humanitária na Venezuela, e pediu
a realização de eleições livres e
justas na terra de Bolívar.
Por sua vez, Faurie declarou: "a
posição da Argentina é absolutamente clara. Não estamos reconhecendo o processo
político e o desvio ao autoritarismo da Venezuela."
Hoje deverá ocorrer a visita de
Tillerson à Casa Rosada, onde será recebido pelo presidente argentino Mauricio
Macri.
Como se sabe, as últimas sanções do
Governo Trump contra o regime chavista foram impostas em 2017, no sentido de
impedir transações financeiras de bancos americanos com empresas venezuelanas.
Essas medidas estão no sentido de criar obstáculos à capacidade da Venezuela
sob Maduro de pagar sua dívida externa, e tendem a agravar a crise econômica no
país. É de notar-se que o caro amigo de Trump,
gospodin Vladimir Putin, recebeu a
Nicolás Maduro e lhe deu alguma ajuda
em termos de crédito.
Inserindo-se no quadro geral do encirclement, as vendas de petróleo da
Venezuela para os Estados Unidos caíram ainda mais, chegando ao nível mais
baixo desde 1991, de acordo com dados de fonte americana, cujo baque foi agravado
pelas sanções da Administração Trump.
A inflação na sua categoria híper pode ser vista como a coroa de
latão da miserável Venezuela sob Maduro. Segundo o FMI ela deva atingir neste
ano a 13.000 %.
Como é notório, o sucateamento dos
equipamentos de exploração do petróleo pela PDVSA,
reflete apenas - sob ângulo extremo, eis que golpeia talvez o petróleo de
melhor qualidade mundial - uma tendência que se estende desde o caudillo Hugo
Chávez, que nunca tratou de manter em bom estado a maquinária do ente
petrolífero venezuelano. Se Maduro trouxe para esse quadro a sua incomensurável
incompetência política e econômico-financeira, Hugo Chávez Frias preparou o
caminho da desgraça - sem, é claro, dar-se conta - ao desperdiçar a renda plus da Venezuela, financiando uma
entidade internacional chavista (que queria fazer rivalizar com a OEA) entre
outros pesados erros políticos. No
boletim de misérias de Maduro, o PIB
venezuelano caíu 13,6%, e o Morgan
Bank prevê redução de cerca de 25%
na produção de petróleo (por causa do
sucateamento do equipamento e pela quase total falta de inversões nesse campo).
As sanções aplicadas pela
Administração Trump provocaram, outrossim, o calote na dívida do governo
chavista e de seu principal trunfo, a PDVSA.
Tangido pelo cerco internacional -
sanções também a altos figurões chavistas, incluindo ao sinistro Diosdado
Cabello, foram estabelecidas pela União Européia - Nicolás Maduro e sua clique
ampliou o cerco à oposição - que continua de uma embaraçosa timidez - ao banir
a coalizão da Mesa da Unidade Democrática (MUD)das eleições presidenciais, bem
como a candidatura de seus principais lideres. A violência contra a oposição
continua, a par de criar toda espécie de dificuldade a legendas antichavistas.
Por ora, apesar da resistência
isolada de alguns democratas - um dos quais, o corajoso aviador Oscar Pérez, acaba de ser trucidado pelas forças da
ditadura - as ditas forças democráticas continuam débeis e indecisas, a ponto
de se prestarem ao jogo inútil - promovido pelo República Dominicana de uma
suposta (e continuamente desmentida pela crua realidade fática) tentativa de
aproximação às práticas da democracia. Maduro manda muitos dos seus próceres
fingirem que podem considerar as propostas da MUD, que não tardará a vê-las
machucadas e mortificadas pela turma chavista.
Como acha que o tempo corre
contra seus desígnios, Maduro pressiona a sua Constituinte de fancaria,
presidida por Delcy Rodriguez, para que encurte os prazos para a realização da
próxima eleição. Entrementes, a surda
raiva de população pisoteada e mortificada por muitos flagelos, como a hiperinflação,
o desabastecimento total e generalizado (inclusive de medicamentos), pois o
regime não mais tem condições de colocar produtos nas prateleiras de
supermercados e de drogarias, envolvido que está em um processo hiperinflacionário
que se estende desde muito (desde Hugo Chávez, na verdade, ainda que em versão light enquanto esse último ainda
governava), e que não tardará em criar o caos final para o fim do chavismo e o
surgimento sabe-se lá de que, com a torcida dos países vizinhos para que o
inferno maduro-chavista venha a terminar, não só por causa dos infelizes
venezuelanos, mas também pela exportação da miséria daquela terra aos países
vizinhos, dentre os quais está o Brasil.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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