O Bot
pode ser entendido com um recurso louco ou meio diabólico de produzir cizânia
nos Estados Unidos e, no que entendem como seu corolário, o Ocidente.
É um expediente assumido por uma nação
que parte da premissa da respectiva inferioridade, eis que não é um debate de
ideias que os bots pretendem.
Essas estórias automatizadas não
representam um esforço para aperfeiçoar ideia ou produzir um consenso.
O Bot tem semelhanças com a quinta
coluna dos nazistas, na medida em que os seus 'precursores' tampouco estavam
interessados em produzir uma melhora naquele país que consideravam como inimigo.
Para eles, o 'quinta coluna' seria o elemento infiltrado nas fileiras do adversário,
com a intenção de produzir o maior mal possível, valendo-se sempre do
elemento sub-reptício. A quinta coluna pode ser assemelhada ao ataque pelas
costas, valendo-se da desatenção e, sobretudo, do elemento falho que, mais do que ensejar, facilita o golpe
desleal.
Assim, a técnica do Bot é o anti fair play, a atitude inglesa que
preconiza o combate aberto porque leal, não no sentido de um pacifismo fora de
lugar, mas com o respeito pelo adversário, de modo que a eventual vitória seja vista como ato
nobre que, em respeitando a parte contrária, torna ainda maior a sensação da
vitória, desde que lograda de forma eticamente inatacável.
Será nessa atitude que pode ter laivos
românticos, mas que se baseia no respeito
pelo adversário que se localiza uma das grande forças da postura e da atitude de países ocidentais e que
defendem os ideais de sua civilização.
Enganam-se os respectivos inimigos que
a tomam por ingênua e minada por
preconceitos antiquados, que, a seu ver, lhes faria mais frágeis e, por
conseguinte, mais fracas.
A guerra psicológica de que o bot é por excelência é o
recurso de levar a falsidade a extremos, e como toda tentativa nesse sentido,
traz consigo defeitos que podem ser descobertos se a necessária atenção for
tomada.
E aí está um dos principais meios
de combater e controlar o bot. Como um instrumento que se propõe criar a
divisão e a contraposição na sociedade adversa, não será necessária muita
sutileza para que se lhe distingam as próprias armas.
Como então - quase que escuto a
contestação, e meio que lhe advinho o oblíquo sorriso - se explica que o
Kremlin haja logrado produzir nos Estados Unidos que ali surgisse um
presidente que parece ready made para
criar desunião e a não plena utilização dos recursos da Superpotência ?
( Fonte: The New York Times )
(a
continuar)
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