A Primeira Ministra Theresa May
resolveu convocar novas eleições. O escopo da iniciativa de marcar para 8 de
junho o chamado aos comícios é tentar reforçar a presente escassa maioria do
Partido Conservador.
Tendo todo o mês de maio e uma semana
em junho para fortalecer os Tories, e
alcançar talvez maioria acima de cem cadeiras - se a confusão no Partido
Trabalhista permanecer, sob a incerta liderança de Jeremy Corbyn - a Senhora
May teria boas possibilidades de conseguir o que quer - vale dizer, um mandato
mais forte do eleitorado britânico no que tange ao brexit.
Mas por vezes, os deuses castigam
dirigentes com demasiada ambição.
Este parece ser o caso de Mrs. May.
Falar no mandato do brexit semelha a
princípio dose de deglutição um pouco difícil. Que gênero de mandato é esse que
mal supera os dois por cento, e que, ainda por cima, antagoniza dois países - a
Escócia e a Irlanda do Norte - que têm outra opinião sobre a Comunidade
Européia?
A May não é nenhuma Thatcher - pelo
menos, por enquanto - e os eleitores desses três países - Escócia, Irlanda do
Norte e a própria Inglaterra - como hão de reagir à política que deseja vestir
o brexit com roupagens que ele não
tem?
Ainda é muito cedo para tentar
prognosticar uma virada positiva de Theresa May, beneficiada pela sua
resolução. Se a atual desordem no Partido Trabalhista continuar e o líder
Jeremy Corbyn permanecer - a sua oposição ao brexit foi bastante morna - o
cenário há de favorecer os conservadores e, por conseguinte, à Primeira
Ministra.
Não obstante, o grupo do remain - os favoráveis à permanência na U.E. - pode querer castigar
a May pelo seu oportunismo, assim como
pelo abandono do europeismo em troca da volta ao passado, com as suas
limitações.
Além disso, no correr de 2017 o
cenário europeu pode prometer surpresas, seja na França, seja na Alemanha,
embora uma nova vitória da Chanceler Angela Merkel seria sinal bastante
positivo, em continente onde a extrema direita assusta a muitos.
( Fonte: The New York Times
)
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