terça-feira, 18 de abril de 2017

Theresa May convoca eleições

                              

        A Primeira Ministra Theresa May resolveu convocar novas eleições. O escopo da iniciativa de marcar para 8 de junho o chamado aos comícios é tentar reforçar a presente escassa maioria do Partido Conservador.
         Tendo todo o mês de maio e uma semana em junho para fortalecer os Tories, e alcançar talvez maioria acima de cem cadeiras - se a confusão no Partido Trabalhista permanecer, sob a incerta liderança de Jeremy Corbyn - a Senhora May teria boas possibilidades de conseguir o que quer - vale dizer, um mandato mais forte do eleitorado britânico no que tange ao brexit.
         
            Mas por vezes, os deuses castigam dirigentes com demasiada ambição.
       Este parece ser o caso de Mrs. May. Falar no mandato do brexit semelha a princípio dose de deglutição um pouco difícil. Que gênero de mandato é esse que mal supera os dois por cento, e que, ainda por cima, antagoniza dois países - a Escócia e a Irlanda do Norte - que têm outra opinião sobre a Comunidade Européia?
          
         A May não é nenhuma Thatcher - pelo menos, por enquanto - e os eleitores desses três países - Escócia, Irlanda do Norte e a própria Inglaterra - como hão de reagir à política que deseja vestir o brexit com roupagens que ele não tem?
            Ainda é muito cedo para tentar prognosticar uma virada positiva de Theresa May, beneficiada pela sua resolução. Se a atual desordem no Partido Trabalhista continuar e o líder Jeremy Corbyn permanecer - a sua oposição ao brexit foi bastante morna -  o cenário há de favorecer os conservadores e, por conseguinte, à Primeira Ministra.
            
           Não obstante,  o grupo do remain - os favoráveis à permanência na U.E. - pode querer castigar a May  pelo seu oportunismo, assim como pelo abandono do europeismo em troca da volta ao passado, com as suas limitações.
           
          Além disso, no correr de 2017 o cenário europeu pode prometer surpresas, seja na França, seja na Alemanha, embora uma nova vitória da Chanceler Angela Merkel seria sinal bastante positivo, em continente onde a extrema direita assusta a muitos.


( Fonte: The New York Times )

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