quinta-feira, 6 de abril de 2017

O Senado Americano fica mais autoritário

              
            Tudo se originou da programada avaliação pelo Senado americano do candidato escolhido pelo Presidente Trump para ocupar a vaga que de direito caberia ao Presidente Barack H. Obama através de seu candidato Merrick Garland para suceder ao Juiz Antonin Scalia que falecera no último ano do mandato de Obama.
           Como os republicanos já tinham maioria no Senado, o seu líder Mitch McConnell, do Kentucky, preferiu barrar o caminho do então Presidente nessa nomeação, confiante em que no ano de 2017 haveria um presidente republicano para que o GOP indicasse outro republicano para a Suprema Corte.
           Dadas as características de McConnell, que pouco conhece de lisura e fair play, eis que a jogada pôde ser completada com aparente sucesso pelo  GOP. Obviamente, as pessoas não podem dar aquilo que não têm. E para Mitch McConnell é um jogo que não pensa no futuro pós-mediato,e prefere agarrar tudo o que possível for para o Partido Republicano.
          A elegância de jogar o belo jogo, com o respeito das regras mínimas da atenção devida, não só ao próprio partido, mas também à oposição, é característica que escapa a esse pobre senhor.
         Nada menos democrático do que o jogo de Mitch - que, de resto, falhara no seu propósito de fazer com que Barack Obama fosse presidente de um só mandato. Daquela feita, não se saíu a contento no jogo bruto e também pouco apresentável. Mitch McConnell não semelha acreditar em jogar não só conforme as regras, mas também honrar a instituição do Senado americano, que bem dispensaria o jogo bruto de procurar sempre tirar vantagem.
           No presente caso, semelha oportuno e conforme às atuais aparências da política americana após a estranhíssima vitória de Donald Trump que o líder da maioria do Senado americano tenha mandado às favas qualquer aparência de respeito ao espírito da instituição.
          E, dessarte, mandou ele igualmente para o brejo das almas as antigas tradições do Senado, antes marcado pela elegância da atenção ao bipartidismo, sem falar na observância de um espírito condizente com a assembléia do Senado americano, e não com as práticas interioranas do velho Oeste e do Kentucky, que é o estado de onde saíu Mr Mitch McConnell.
              O interessante é que Senadores do GOP, como Orrin G. Hatch, do Utah, que é o mais antigo dos republicanos, vão votar como manda o líder, embora não estejam muito felizes com a solução.
             Por isso, sob a ordem unida do líder republicano, que vá à breca o instituto do filibuster - que é o recurso das minorias e das causas democráticas.
             Com isso e a despeito de todas as suas tradições, teje entendido que doravante - e enquanto a maioria for sua -  o Partido Republicano não respeitará tradições, ainda que reflitam o espírito democratíco que os cinéfilos viram em Mr Smith vai para Washington (como referi recentemente, a respeito da obra prima do diretor Frank Capra).
            Teje decidido, assim, como se observa na Moldávia e na mítica Ruritania...


( Fontes: The New York Times, Frank Capra )

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