Tudo se originou
da programada avaliação pelo Senado americano do candidato escolhido pelo
Presidente Trump para ocupar a vaga que de direito caberia ao Presidente Barack
H. Obama através de seu candidato Merrick Garland para suceder ao Juiz Antonin
Scalia que falecera no último ano do mandato de Obama.
Como os republicanos já tinham
maioria no Senado, o seu líder Mitch McConnell, do Kentucky, preferiu barrar o
caminho do então Presidente nessa nomeação, confiante em que no ano de 2017
haveria um presidente republicano para que o GOP indicasse outro republicano para a Suprema Corte.
Dadas as características de
McConnell, que pouco conhece de lisura e fair
play, eis que a jogada pôde ser completada com aparente sucesso pelo GOP. Obviamente, as pessoas não podem dar
aquilo que não têm. E para Mitch McConnell é um jogo que não pensa no futuro
pós-mediato,e prefere agarrar tudo o que possível for para o Partido
Republicano.
A elegância de jogar o belo jogo, com o
respeito das regras mínimas da atenção devida, não só ao próprio partido, mas
também à oposição, é característica que escapa a esse pobre senhor.
Nada menos democrático do que o jogo
de Mitch - que, de resto, falhara no seu propósito de fazer com que Barack Obama fosse presidente de um só
mandato. Daquela feita, não se saíu a contento no jogo bruto e também pouco
apresentável. Mitch McConnell não semelha acreditar em jogar não só conforme as
regras, mas também honrar a instituição do Senado americano, que bem
dispensaria o jogo bruto de procurar sempre tirar vantagem.
No presente caso, semelha oportuno e
conforme às atuais aparências da política americana após a estranhíssima
vitória de Donald Trump que o líder da maioria do Senado americano tenha
mandado às favas qualquer aparência de respeito ao espírito da instituição.
E, dessarte, mandou ele igualmente
para o brejo das almas as antigas tradições do Senado, antes marcado pela elegância
da atenção ao bipartidismo, sem falar na observância de um espírito condizente
com a assembléia do Senado americano, e não com as práticas interioranas do
velho Oeste e do Kentucky, que é o estado de onde saíu Mr Mitch McConnell.
O interessante é que Senadores do
GOP, como Orrin G. Hatch, do Utah,
que é o mais antigo dos republicanos, vão votar como manda o líder, embora não
estejam muito felizes com a solução.
Por isso, sob a ordem unida do
líder republicano, que vá à breca o instituto do filibuster - que é o recurso das minorias e das causas democráticas.
Com isso e a despeito de todas as
suas tradições, teje entendido que
doravante - e enquanto a maioria for sua -
o Partido Republicano não respeitará tradições, ainda que reflitam o
espírito democratíco que os cinéfilos viram em Mr Smith vai para Washington (como referi recentemente, a respeito
da obra prima do diretor Frank Capra).
Teje
decidido, assim, como se observa na Moldávia e na mítica Ruritania...
( Fontes: The New York Times,
Frank Capra )
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