Eleição
francesa
A
pesquisa de boca de urna confirma, por ora, as previsões veiculadas pelos
principais organismos de estimativa de resultados.
A verificar-se a exatidão de tais pesquisas,
os dois favoritos deverão ir para o segundo turno, i.e., Emmanuel Macron, do
Centro Democrático, e Marine Le Pen, do Front Nationale, que, respectivamente, têm 23,7% e 21,7%, das preferências.
Se se confirmar a boca-de-urna,
Macron e Le Pen irão para o turno
decisivo, a sete de maio p.f.
É
de notar-se que os grandes partidos franceses - entre eles, o Socialista e o
Gaulista, não estarão representados na rodada final, o que é indicação
significativa do atual desprestígio dos principais agremiações políticas.
Por outro lado, diante da vitória de Macron, os dois grandes partidos
franceses - o socialista e o gaulista - resolveram apoiar o candidato do
Centro. Como ele pretende fortalecer Bruxelas, se vai abrindo para a União
Européia um horizonte muito mais promissor. Reforçada, terá mais meios para
resistir às tentativas oportunistas de países como o Reino Unido, o qual
empurrado por um brexit com maioria
inferior a 2% procurava posar como se estivesse em posição de vantagem.
Vejamos agora em que o brexit
inglês se redescobre sozinho, se a candidata a Thatcher - Theresa May - quando
olhar em torno, e se der conta do próprio isolamento, continuará falando tão
grosso. Se a jogada da eleição antecipada der chabu, não se poderá descontar
que a May de repente veja somente a acompanhá-la o Ukip, o ridículo minipartido
independentista...
Queda
do Emprego
Segundo a imprensa, tanto a
recessão quanto a Operação Lava Jato tiveram forte impacto no emprego.
Levantamento feito pelo Estadão em dez das maiores empresas envolvidas no
escândalo mostra que o corte chega a quase seiscentas
mil vagas entre 2013 e 2016. Não foram computados os postos indiretos
eliminados no período.
Para a Petrobrás - que, diga-se
de passagem, foi a principal vítima do chamado Petrolão, isto é, a farra de
propinas pagas aos diversos diretores partidários, com o PT à frente - também
contribuiu para a debâcle a queda nas cotações em dólardo barril de petróleo.
Ainda no setor do emprego, há
que registrar o quanto as grandes firmas construtoras foram afetadas pela crise
no setor público. Houve retração nas obras de infraestrutura, e também
considerável redução na demanda por imóveis.
Lições
da Venezuela
Muita coisa de interessante no
artigo hodierno de Eliane Cantanhêde.
É forçoso concordar que há muitas
diferenças entre a situação da Venezuela e a nossa.
Tampouco é verdade que a tragédia
venezuelana seja precipuamente resultado de Hugo Chávez. Igualmente não procede
que Chávez fosse um boçal, e que a aproximação do Brasil com Caracas tenha
começado com Lula e o PT.
Por sua vez é verdade que a
Venezuela de antes e de Chávez deleitava-se com a monocultura do ouro negro,
cujos recursos usava perdulariamente (subvencionando Cuba,criando uma mini OEA
chavista, e distribuindo muitos dos dólares das royalties do petróleo para
países com governos esquerdizantes como a Nicarágua).
Tampouco Chávez e muito menos
seu sucessor cuidaram de livrar o ente petrolífero das garras da
corrupção. Além disso, apesar do
petróleo venezuelano estar entre os melhores do mundo, o Presidente Chávez não aperfeiçou a máquina
do ente estatal, afundando na corrupção e na negligência, com a consequente
queda na sua capacidade produtora.
Assim, o viver perdulariamente
que o artigo da Cantanhêde oportunamente frisa, além de continuar, o Governo
chavista (tanto Chávez, quanto o seu inepto sucessor) jamais refletiu acerca de
transformar a monocultura do petróleo em fundo para o futuro, de modo a
diversificar o parque industrial da Venezuela e proceder a uma real redistribuição
de renda.
Dessarte, enquanto Chávez
pecou pela húbris (chegou a enviar malas de dinheiro para financiar governos
sul-americanos a ele simpáticos - quem já esqueceu a tal mala enviada a Cristina Kirchner,
estufada de dinheiro?), não cuidou de alterar a situação do parque industrial
de seu país.
Por certo, foram tais
deficiências que condenaram a Venezuela a cair na situação em que ora se
encontra. Mas essa é outra estória...
(Fontes: Estado de S. Paulo,Eliane Cantanhêde; The New
York Times, O Globo (on-line))
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