domingo, 9 de abril de 2017

O mandato de Crivella já começou ?

                   
         Até agora, com exceção da algo patética ida à Brasília para buscar convencer o Supremo Tribunal Federal de que a tentativa de nomear o filho chefe de seu gabinete era legítima e nada a ver com nepotismo, que outra ação houve que captasse a atenção da mídia, com vistas a anunciar que o novo prefeito chegara ao Rio de Janeiro, com a real intenção de corrigir pelo menos alguns dos grandes problemas da antiga e tão decantada Cidade Maravilhosa?
          É certo que o Prefeito desta mui leal cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro confronta problemas enormes. Para lidar mais com a contravenção do que com o crime, Marcelo Crivella dispõe de frágil e desarmada Guarda Municipal.

          Ainda que a crise da segurança na antiga capital nacional seja de pesada gravidade, fica difícil entender que, a exemplo de outros países, as cidades no Brasil não possam recorrer a policiais armados, sob a sua respectiva competência, para associar-se à luta contra a explosão do emprego de armas, seja pela milícia, seja pelo tráfico.
           Enquanto os bandidos e traficantes estão armados até os dentes, o que ao redor é a indigência do poder estadual - vítima em muitos casos de  gestão ruinosa (semelha que as únicas exceções sejam o pequeno Espírito Santo e o grande São Paulo), cuja imprevidência é alimentada pela improvidência.
            Por outro lado, semelha que a turma do lenço já conta com o afastamento pelo STJ do juiz Marcelo Bretas, o bom juiz que no Rio aplica a mesma cartilha do juiz de Curitiba - e herói brasileiro - Sérgio Moro. Pensarão acaso que as sazões aqui sejam breves, e que tudo voltará a ser como antes?

            Que há enorme, gigantesca limpeza a ser feita tanto no governo estadual, quanto no municipal, é um grito que é ouvido por toda a parte. O escândalo das balas perdidas, e das meninas e moças mortas pela displicência da autoridade estadual, a explosão da chamada violência no Rio de Janeiro, esse múltiplo e nefário fenômeno que tem muitas fontes - a municipal e a estadual - que alimentam, por um misto de corrupção, ineficácia e displicência, que ela seja combatida, controlada, dominada e extinta.
            Pergunto-me se na terra de Pindorama outras fossem as vítimas - aquelas com robustos padrinhos e forradas carteiras - esse hipócrita "escândalo" das meninas mortas dentro das próprias escolas, numa ironia maldita, cuja crueldade escapa  aos donos dos poderes - que, ao parecer, dispõem sempre de carros blindados e de profissionais seguros, que evitam a perda colossal que seria a das figuras de proa, nos chamados três poderes, das hierarquias municipal, estadual e federal.

           Que não se esqueçam, portanto, o Senhor Prefeito, o Senhor Governador e o Senhor Presidente da chamada ALERJ, que neles corre o mesmo sangue das meninas cujo estudo é disturbado amiúde por balas tão displicentes, quanto assassinas.

            O Rio de Janeiro já mereceu a ingênua marchinha de Carnaval - que a partir de 1935 virou a própria canção da cidade - de André Filho e Silva Sobreira, vale dizer, a célebre Cidade Maravilhosa.  Quanto nos separa dessa alegre década de trinta, quando mal começava a governar o Brasil o Senhor Getúlio Dornelles Vargas...   
  

( Fontes:  O  Globo;  TV Globo;  Internet )           

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