Até agora, com exceção da algo
patética ida à Brasília para buscar convencer o Supremo Tribunal Federal de que
a tentativa de nomear o filho chefe de seu gabinete era legítima e nada a ver
com nepotismo, que outra ação houve que captasse a atenção da mídia, com vistas
a anunciar que o novo prefeito chegara ao Rio de Janeiro, com a real intenção
de corrigir pelo menos alguns dos grandes problemas da antiga e tão decantada
Cidade Maravilhosa?
É certo que o Prefeito desta mui leal
cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro confronta problemas enormes. Para
lidar mais com a contravenção do que com o crime, Marcelo Crivella dispõe de
frágil e desarmada Guarda Municipal.
Ainda que a crise da
segurança na antiga capital nacional seja de pesada gravidade, fica difícil
entender que, a exemplo de outros países, as cidades no Brasil não possam
recorrer a policiais armados, sob a sua respectiva competência, para
associar-se à luta contra a explosão do emprego de armas, seja pela milícia,
seja pelo tráfico.
Enquanto os bandidos e traficantes
estão armados até os dentes, o que ao redor é a indigência do poder estadual -
vítima em muitos casos de gestão ruinosa (semelha que as únicas exceções
sejam o pequeno Espírito Santo e o grande São Paulo), cuja imprevidência é
alimentada pela improvidência.
Por outro lado, semelha que a turma
do lenço já conta com o afastamento pelo STJ do juiz Marcelo Bretas, o bom juiz
que no Rio aplica a mesma cartilha do juiz de Curitiba - e herói brasileiro -
Sérgio Moro. Pensarão acaso que as sazões aqui sejam breves, e que tudo voltará
a ser como antes?
Que há enorme, gigantesca limpeza a
ser feita tanto no governo estadual, quanto no municipal, é um grito que é
ouvido por toda a parte. O escândalo das balas perdidas, e das meninas e moças
mortas pela displicência da autoridade estadual, a explosão da chamada
violência no Rio de Janeiro, esse múltiplo e nefário fenômeno que tem muitas fontes
- a municipal e a estadual - que alimentam, por um misto de corrupção,
ineficácia e displicência, que ela seja combatida, controlada, dominada e
extinta.
Pergunto-me se na terra de Pindorama outras fossem as vítimas -
aquelas com robustos padrinhos e forradas carteiras - esse hipócrita
"escândalo" das meninas mortas dentro das próprias escolas, numa
ironia maldita, cuja crueldade escapa aos donos dos poderes - que, ao
parecer, dispõem sempre de carros blindados e de profissionais seguros, que
evitam a perda colossal que seria a das figuras de proa, nos chamados três
poderes, das hierarquias municipal, estadual e federal.
Que não se esqueçam, portanto, o
Senhor Prefeito, o Senhor Governador e o Senhor Presidente da chamada ALERJ, que neles corre o mesmo sangue
das meninas cujo estudo é disturbado amiúde por balas tão displicentes, quanto
assassinas.
O Rio de Janeiro já mereceu a
ingênua marchinha de Carnaval - que a partir de 1935 virou a própria canção da
cidade - de André Filho e Silva Sobreira, vale dizer, a célebre Cidade Maravilhosa. Quanto nos separa dessa alegre década de
trinta, quando mal começava a governar o Brasil o Senhor Getúlio Dornelles
Vargas...
(
Fontes: O Globo;
TV Globo; Internet )
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