domingo, 2 de abril de 2017

Colcha de Retalhos E 10

                        

O desafio do Saneamento básico


        Um problema típico das favelas e dos bairros periféricos continua a perseguir e a confrontar as administrações brasileiras. Segundo anuncia O Globo, em página interna,  o Governo Federal pretende anunciar, em maio, R$ 1 bilhão para obras de saneamento básico,drenagem e pavimentação.
            E, no entanto, essa cifra bilionária, posta à disposição dos municípios não seria suficiente para resolver os atrasos nessas áreas.

        Eles têm, decerto, causas diversas. Podem ser determinados pela menor prioridade concedida a bairros da periferia. O que dizer então das favelas?  E outro elemento componente, é o da corrupção com o desvio dos meios, o que se compõe com a baixa disposição das autoridades envolvidas para a melhoria do ambiente.
         Quanto mais se lê sobre o problema, mais se verifica o quanto ele é decorrente não só de fatores materiais (fundos para as obras), mas também da corrupção que desvia os respectivos fundos pelas autoridades corrompidas. O nível cultural da população pode ser um fator considerável seja  para superar o problema, seja para afundar-se nele.

          Se muitos consideram a pobreza algo pitoresco, romântico mesmo, cumpre ter presente  que cem milhões de brasileiros vivem sem coleta de esgototrinta milhões sem água potável.
          Essa falta de saneamento causa surtos de diarréia e hepatite A  - o que não é pouco. Mas não fiquemos só nisso. Há também laudas e laudas de papel sobre a extensão e a difusão das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti (dengue, zika e chicungunha) ou por ratos, como a leptospirose.

          A sagrada união da ignorância (que é a grande facilitadora da entrada universal das doenças tropicais) com a corrupção política constitui o fundamento seguro para que tudo continue como está.
              Tenhamos presente que não é o acaso ou a má sorte as grandes entidades que reinam e determinam a existência da miséria e de seu próximo parente, o fatalismo. São os governos corruptos - que, em geral, vivem em palácios - que criam as condições necessárias para que nada mude, pois há uma organização no inferno, que trata de sua preservação. Mas tampouco se esqueçam, amigos, que a lei da comparação dá razão e esperança ao miserável que, entrevê, não muito longe dele, alguém que enfrenta condições diferenciadas, a primeira vista terríveis, mas se comparadas podem acenar-lhe com um progresso, ainda que modesto, no futuro. E é essa pequena esperança que sustenta a grande maldade.


Esperança para as mães detentas?

           O caso de Adriana Ancelmo - que foi autorizada a trocar o cárcere de Bangu pela prisão domiciliar - suscitou além do debate - em face dos pesos e medidas bastante diversos aplicados no seu caso, em contraposição em geral àquele da comum das mortais, que sóem ficar trancafiadas nas cadeias respectivas - um levantamento do jornal O Globo.
           Realizado pelo aludido jornal no sistema do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, foram encontrados sessenta casos que chegaram à segunda instância em que as defesas solicitaram a conversão  da prisão preventiva em domiciliar com o mesmo argumento que levou a mulher do ex-governador Sérgio Cabral de volta à casa.
            Entre os casos analisados, quarenta pedidos de habeas-corpus foram denegados.
          A Senhora Cabral não mostrara até o presente nada que justificasse a concessão do privilégio. É este o pensamento de muitos moradores do bairro do Leblon, como o tem evidenciado através de piquetes e de palavras de ordem.
        


(Fontes:  O  Globo;  Giuseppe di Lampedusa; Dante Alighieri)

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