O
desafio do Saneamento básico
Um problema típico das favelas e dos
bairros periféricos continua a perseguir e a confrontar as administrações
brasileiras. Segundo anuncia O Globo, em página interna, o Governo Federal pretende anunciar, em maio,
R$ 1 bilhão para obras de saneamento básico,drenagem e pavimentação.
E, no entanto, essa cifra bilionária,
posta à disposição dos municípios não seria suficiente para resolver os atrasos nessas áreas.
Eles têm, decerto, causas diversas.
Podem ser determinados pela menor prioridade concedida a bairros da periferia.
O que dizer então das favelas? E outro
elemento componente, é o da corrupção com o desvio dos meios, o que se compõe
com a baixa disposição das autoridades envolvidas para a melhoria do ambiente.
Quanto mais se lê sobre o problema,
mais se verifica o quanto ele é decorrente não só de fatores materiais (fundos
para as obras), mas também da corrupção que desvia os respectivos fundos pelas
autoridades corrompidas. O nível cultural da população pode ser um fator
considerável seja para superar o
problema, seja para afundar-se nele.
Se muitos consideram a pobreza algo
pitoresco, romântico mesmo, cumpre ter presente
que cem milhões de brasileiros vivem sem coleta de esgoto
e trinta milhões sem água
potável.
Essa falta de saneamento causa surtos
de diarréia e hepatite A - o que não é pouco. Mas não fiquemos só nisso. Há também laudas e laudas
de papel sobre a extensão e a difusão das doenças causadas pelo mosquito Aedes
aegypti (dengue, zika e chicungunha) ou por ratos, como a leptospirose.
A sagrada união da ignorância (que é
a grande facilitadora da entrada universal das doenças tropicais) com a
corrupção política constitui o fundamento seguro para que tudo continue como
está.
Tenhamos presente que não é o acaso
ou a má sorte as grandes entidades que reinam e determinam a existência da
miséria e de seu próximo parente, o fatalismo. São os governos corruptos - que,
em geral, vivem em palácios - que criam as condições necessárias para que nada
mude, pois há uma organização no inferno, que trata de sua preservação. Mas tampouco se esqueçam, amigos, que a lei da comparação dá razão e esperança ao miserável
que, entrevê, não muito longe dele, alguém que enfrenta condições
diferenciadas, a primeira vista terríveis, mas se comparadas podem acenar-lhe
com um progresso, ainda que modesto, no futuro. E é essa pequena esperança que
sustenta a grande maldade.
Esperança para as mães
detentas?
O caso de
Adriana Ancelmo - que foi autorizada a trocar o cárcere de Bangu pela prisão
domiciliar - suscitou além do debate - em face dos pesos e medidas bastante
diversos aplicados no seu caso, em contraposição em geral àquele da comum das
mortais, que sóem ficar trancafiadas nas cadeias respectivas - um levantamento
do jornal O Globo.
Realizado pelo aludido jornal no
sistema do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, foram encontrados sessenta
casos que chegaram à segunda instância em que as defesas solicitaram a
conversão da prisão preventiva em
domiciliar com o mesmo argumento que levou a mulher do ex-governador Sérgio
Cabral de volta à casa.
Entre os casos analisados, quarenta
pedidos de habeas-corpus foram denegados.
A Senhora Cabral não mostrara até o presente
nada que justificasse a concessão do privilégio. É este o pensamento de muitos
moradores do bairro do Leblon, como o tem evidenciado através de piquetes e de
palavras de ordem.
(Fontes: O
Globo; Giuseppe di Lampedusa;
Dante Alighieri)
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