Antes
que se procure aprofundar a análise de eventual doutrina Trump, com incipiente
segurança - a única por ora admissível quando ao Presidente Donald
John Trump se refere - semelha poder-se afirmar com alguma segurança
que a hipótese limite, veiculada por Paul Krugman, Premio Nobel de Economia,
com coluna periódica em The New York Times, torna-se de muito baixa
probabilidade.
Com efeito, faz algumas semanas, Krugman se reportara aos laços de amizade
entre Trump e Vladimir Putin. Nesse contexto, na acima citada coluna, o
colaborador do Times chegara a
exprimir como "scary"
(terrível, induzindo medo) as relações entre o novel Presidente americano e o
ex-KGB, Vladimir Putin, hoje
presidente de todas as Rússias.
Os temores de Krugman - que para
muitos semelharam válidos - insinuavam possível tétrica relação entre os dois
políticos, que poderia tornar o novo morador da Casa Branca como perigosa e
excessivamente dependente de seus laços de amizade com o atual detentor do
poder - e que poder! - no Kremlin.
Se o episódio desta semana semelha
ter algo de positivo, está no fato de que o 45º Presidente manifestamente
contrariou o terrível Presidente Putin. Se é bem verdade que lhe foi feita
especial mesura por Donald Trump, eis que este último lhe telefonou antes
da operação estadunidense, com vistas a inteirá-lo da ordem que tinha dado às
suas Forças Armadas para bombardear a base síria de onde saíra o covarde e
criminoso ataque da Força aérea de Bashar
al-Assad contra a população civil de região sob controle rebelde.
Também foi levada ao conhecimento da
mídia, a resposta de Vladimir Putin, de que a aludida operação poderia ter consequências negativas.
Nada mais transpirou desse estranho
telefonema, de que inexiste decerto precedente nas relações dos mais altos
mandatários de Estados Unidos da América e Federação Russa.
O New York Times de hoje dedica uma longa análise à incipiente
Política Internacional do Presidente Donald Trump.
Se existem ainda muitos temores no
que tange às possíveis reações das
potências mundiais à chamada doutrina Trump, tais apreensões cresceriam na
medida em que a diplomacia Trump, assim como a sua reação diante dos eventuais
desafios que partem de outras potências teria ainda considerável elemento de
incerteza.
Em diplomacia, e notadamente na
política externa da superpotência - que, com todas as contradições, parece
ainda manter-se - o elemento certeza e, especialmente, a sua meridiana clareza,
estariam longe de uma irrefutável definição.
Dessarte, o elemento surpresa, e a
atinente possibilidade de eventuais dúvidas sobre a respectiva aplicação,
levariam calafrios não só aos principais operadores políticos e diplomáticos,
mas sem dúvida, se cresce o nível dessa eventual incerteza, isso pode ter efeitos
para que os italianos dispõem de palavras bastante expressivas - micidiale conseguenze, vale dizer consequências homicidas (e dentro de
parâmetros assustadores).
Se a História, essa tão mal-falada
e confusa escritora, com que o homem e a política internacional terá levado os
seus principais atores a cometerem - ou o que é ainda pior - induzirem em erro
àqueles com responsabilidades que de muito ultrapassam ao comum dos mortais, o
mundo, vasto mundo, estará adentrando experiências que vão muito além da
Taprobana.
(Fontes: The New York Times,
Paul Krugman, Carlos Drummond de Andrade, Luiz de Camões )
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