Alternando as faces, a revolução venezuelana continua a avançar. Um espectador pode deparar numa auto-estrada o quadro
surrealista de jovens estudantes discutindo o futuro do país.
São
rapazes e moças que em torno de mesas debatem sobre o porvir da pátria de
Bolívar, por tempo demasiado estorvada
por um bando de energúmenos e traficantes.
Diosdado Cabello, o martinete que Hugo Chávez ignorou, ora grita que não
se farão mais concessões às demandas do povo. Com o título de chefe do governista PSUV (partido socialista unido da Venezuela),
ele vê um deserto à frente, em termos do próprio futuro do chavismo. Quando
líderes gritam que não se fará mais
concessões, eles mostram por essa
retórica vazia que a luta pelo futuro já está perdida. Mais uma ideologia é
jogada ao atravancado porão da América Latina. O populismo é uma besta de
muitas faces, mas vazio de idéias.
Quando uma ideologia trai pela secura de sua pele que as verdadeiras
ideias ali cessaram de existir. O viço e a crença na força do ideal são
expressões da convicção que até acredita em que possa mover montanhas. Os
oportunistas podem homiziar-se nos porões intelectuais do chavismo. Mas logo se
darão conta que o futuro passou ali faz tempo.
O
verdadeiro jovem nega pela atitude e a disposição que o progresso possa ser
criatura da corrupção.
Mais
dois mortos, abatidos por gente que não sabe o que faz. Saídos da violência das
favelas chavistas, a sua ambição é
integrar os coletivos, esses sanhudos
que se comprazem em matar jovens estudantes, a quem trucidam como se fossem
responsáveis pelo inferno que ora lhes toca.
Maduro deve e precisa cair. Se já é
difícil aquilatar o sofrimento que causa a uma geração o aferrar-se à esdrúxula
situação por ele criada, que dizer então
do ridículo futuro com que acena aos jovens, como se nesse deserto de ideias chavistas
possa estar o paraíso. ( Fonte: O Globo)
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