Segundo informa o Estadão, a decisão do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) de manter o ex-Ministro Antonio Palocci na prisão terá acrescido
a preocupação da cúpula do PT, que haveria recebido a informação de que Palocci estaria mesmo disposto a citar o
ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em acordo de delação com a Lava-Jato.
É mais do que compreensível a
inquietude no arraial do PT . Para o meio petista, o ex-todo poderoso ministro
da Fazenda - foi derrubado por um caseiro, Francenildo dos Santos Costa - é
visto como "egoista" e pouco partidário, apesar de muito ligado a
Lula. Nesse contexto, petistas o descrevem como um homem que não tem a mesma
estrutura emocional do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, nem a do
ex-tesoureiro João Vaccari, ambos presos pela Lava-Jato.
A falta da motivação que levou
José Dirceu a renunciar à Casa Civil e poupar Lula de qualquer acusação (no que
tange ao Mensalão), postura que, de resto, vem mantendo até hoje nas várias
prisões que tem enfrentado, tem decerto a ver com o caráter de José Dirceu,
aqui entendido sob a visão exclusiva de fidelidade ideológica à figura do
Chefe.
Quanto a João Vaccari, não me
parece que possam ser equiparados, pelos seus diferentes níveis, tanto
cultural, quanto intelectual, dentro da estrutura do PT, às personalidades de
José Dirceu e João Vaccari Neto. Quanto à motivação deste último, o aspecto ideológico
pode entrar em consideração, mas também não se pode excluir a avaliação de que
conhecendo o ânimo dos correligionários, ele deve preferir continuar na prisão
do que ver-se submetido, em liberdade,
às angustias de alguém que sabe demais.
No que concerne ao Italiano, i.e., o
ex-Ministro Antonio Palocci, seu nível
de resistência - macerado como está pela já longa detenção - constitui motivo
de preocupação para o PT, eis que delação de um próximo do ex-Presidente Lula
poderia ter efeito nuclear no arraial do petismo.
(Fonte: O Estado de S. Paulo )
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