Faz
muito tempo que a revista VEJA não publica capa tão veraz e que tão bem reflete
o que hoje sentem os brasileiros.
Meio apagados
os símbolos nacionais, envergonhados pela malta dos políticos, nessa
republiqueta onde troneja o dinheiro da Odebrecht, nesse triste contubérnio com
a súcia da politicalha no Brasil.
Haverá
políticos honestos, nesta lista tão grande que, sequer anunciada, fechou para
balanço o grande salão da Câmara dos Deputados?
E já
corre por aí o aliviado suspiro de que o Supremo não tem estrutura para
enquadrar e julgar toda essa imensa, desavergonhada lista, com a previsão de
que haverá muitos que escaparão das contas com a Justiça.
Há
pessoas que sugerem o que fez o Ministro Joaquim Barbosa, enquanto relator do Mensalão.
Dividiu em grupões os suspeitos, mas infelizmente não pôde terminar o próprio
trabalho, acossado que foi por um conjunto de circunstâncias que algum dia
talvez possa revelar para o Povo brasileiro.
Não é
que este não saiba distinguir entre o bom e o mau. Mas, por vezes, a espera é
demasiado lenta.
O Encarregado da Lava-Jato é um bom
Juiz. Conseguirá acabar com a república
dos corruptos, daqueles todos que com a cara deslavada vem a público declarar a
própria inocência, todos eles desfiando palavras rituais, em geral sopradas por
seus causídicos, pensando que tudo vá ficar como dantes, no quartel de
Abrantes?
O dedo
do jovem Odebrecht, que não mais se
flexiona, aponta para maços e maços da corrupção incorporada. O riso malicioso do velho Odebrecht preside
sobre a malta, e tem por ela o apreço que os cúmplices têm por toda essa gente
que vê de bom grado ser manipulada.
É de
recordar-se momento mais penoso e vergonhoso que, acaso, tenham atravessado os
brasileiros? Em todos os poderes acontecem coisas muito estranhas, começando
quiçá devagar por súbitas monocráticas liberações, e depois avançando por
infindo pântano, que de cinema parece, eis que, se não condena aqueles que nele
adentram - e são tantos! - parece que tem gosto em perseguir e manchar, a toda
essa gente que, com a cara limpa, faz proclamar pelos arautos da modernidade -
jornais, mídia, facebook, e o mais -
aquelas palavrinhas sopradas por enfronhados causídicos - a sequer piscar,
enquanto pronunciam as frases rituais, em que ninguém crê, a começar pelos
próprios.
Enquanto no Brasil tudo puder ser fatiado, inclusive a letra da
Constituição, o que o Povo soberano pode esperar de todo esse afã?
Sair
às ruas - como em 2013 e 2015 - por esses imensos Brasis, para levantar bem
alto os poucos nomes em que confia, e para que essa página não mais seja virada
em vão.
Basta de vozes roufenhas, que são sempre traídas pelos próprios
lugares-tenente, a quem ritualmente fazem pagar pela sua e deles funda desonestidade.
Será que o Povo soberano não pode
passar a limpo esse imenso Brasil, votado à grandeza por uma Justiça vendada?
Vamos acabar com os privilégios, inclusive os de foro. Os representantes
do Povo trabalharão os dias úteis da semana, como todos os brasileiros, não mais terão limousines, choferes nem residências
palacianas, acabemos com a farra das passagens aéreas pagas!
E
que sejam banidos para sempre da política aqueles envolvidos na podridão da
Odebrecht e das demais empreiteiras corruptas.
(Fontes:
VEJA, O Globo, Folha de S. Paulo, O
Estado de S. Paulo)
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