Sem dúvida, é
crescente a presença dos partidos políticos na televisão. Para tanto, não
costumam pedir licença. Dentro de mentalidade da Raubwirtschaft - a economia
do avanço no domínio público, esses partidos - sejam eles grandes como era o PT
( as estatísticas do Partido dos Trabalhadores relembram presença e atividades
passadas, como em certos filmes estão gravadas imagens com intensidade que não
mais correspondem à realidade fática) ou
médios, como o PPS, ou até pequenos, como o PV, esses partidos se servem da
telinha com grande desenvoltura, chegando mesmo à audácia de requisitar espaços
nobres, como o do Jornal Nacional (que na verdade é um descendente do Velho
Reporter Esso da TV Tupi e mais tarde do Jornal Nacional, consoante patrocinado
pelo antigo Banco Nacional, de Magalhães Pinto). De uns tempos para cá, a velha
cautela dos Partidos desandou, à medida que as suas invasões não provocaram
reação maior do público.
A
primeira coisa que chama particularmente a atenção do observador é o atraso relativo no pagamento das
obrigações fiscais. Segundo os dados do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há um grande atraso no pagamento das contas a
serem pagas.
No
quadro exposto pelo Estado de S. Paulo (A4), a lista dos débitos dos partidos em
2011 começa pelo PT, com um total a ser devolvido aos cofres públicos
(tratam-se de recursos públicos que usados de forma irregular, ora terão de ser
restituídos).
Não surpreende, de resto, que em 2011 seria o PT que encabeçaria essa
lista com R$ 7.391,00 (sete milhões e
trezentos e noventa e um mil reais). O outro grande é o PSD, com R$ 6.483 mil
reais (seis milhões e quatrocentos e oitenta e três mil reais).
Depois de participarem da farra para
bancar viagens de jatinhos, regar jantares a vinho, e arcar até com despesas
pessoais de dirigentes, agora as legendas pressionam o TSE para pagar, também com dinheiro da viúva,
eventuais multas decorrentes de gastos questionados pela Corte. Nesse sentido,
os partidos alegam falta de caixa para justificar a destinação do fundo para
saldar possíveis penalidades por despesas não comprovadas.
Conforme investigado pela reportagem do Estado de S. Paulo, em razão de irregularidades nas contas apenas
três - PSD, PV e PRB - dos 29 partidos
em funcionamento há seis anos receberam pareceres pela aprovação de suas contas. Até a data do
julgamento, as legendas podem evitar as multas, caso apresentem documentos para
comprovar os gastos.
Em conversas informais com o
presidente do TSE, Gilmar Mendes, já expuseram o problema em conversas
informais, e pretendem apresentar em conjunto
consulta ao tribunal.
"Acredito que ele (Gilmar) buscará com sensibilidade entender o
momento", disse o deputado Alex Manente (SP), que integra a direção
nacional do PPS.
O dirigente acrescenta: "O
partido não pode mais arrecadar pelo sistema antigo (doações de empresas). E,
pela crise econômica, temos muita dificuldade para poder ter filiados fazendo
doações, mesmo que pequenas."
Diante das alegadas dificuldades,
circula a ideia de utilizar o Fundo Partidário para tais pagamentos.
Sem embargo, a ideia de usar o
fundo para pagar multa não é unânime. O
presidente do PHS, Eduardo Machado,
considerou a proposta "uma afronta à legislação". "Já vi vários julgados serem
radicalmente contra uma multa por malversação do Fundo Partidário ser paga usando
o Fundo Partidário. Sou contra.", disse Machado.
A lentidão do TSE é também típica da
burocracia. As
contas de 2011 precisam ser julgadas até o fim deste mês para evitar a
prescrição (sic). O procedimento de
cobrança segue o roteiro das dívidas judiciais e os débitos são executados pela Advocacia Geral da União (AGU). Os
partidos podem até ter os bens bloqueados.
A reportagem do Estadão
acrescenta, no entanto, um dado oportuno:
"crítico da proibição do financiamento eleitoral de pessoas
jurídicas é o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar
Mendes,que, em 2015, foi um dos três ministros que votaram contra a
inconstitucionalidade do modelo.
"Em março, durante palestra em São Paulo, Gilmar chegou a afirmar
que seria preciso criar um sistema de financiamento de campanha eleitoral
alternativo às normas atuais."
Por
fim, é importante assinalar que em setembro de 2015, o Supremo decidira por oito votos a três, em julgamento de ação
movida pela OAB, que são proibidas
doações de empresas a candidatos e partidos nas eleições.
(
Fonte: O
Estado de S.Paulo )
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