A
Lava-Jato está em perigo? Talvez seja
prematuro dizê-lo, mas os movimentos nas Turmas do Supremo, e a discrepância
entre elas podem prenunciar uma tentativa de resistência ao esquema prevalente
nessa famosa e até agora exitosa operação.
Dentre os votos negativos, se discernem
aqueles que se guiam por uma linha filosófica e não política, mas há outros
claramente identificados em um esquema que está aberto - se os ares são propícios - a contestações à
orientação prevalente até hoje na Lava-Jato.
A
notícia da Folha se refere à soltura
de um ex-tesoureiro do PP e também do pecuarista José Carlos Bumlai.
O
derrotado não foi só o Ministro Edson Fachin, o competente e diligente novo
membro do Supremo, que assumiu o lugar de encarregado da Lava-Jato, antes ocupado por Teori Zavascki. A despeito das
evasivas, tanto Gilmar Mendes, quanto Dias Toffoli sabem muito bem o que
lograram com seus votos para liberar Bumlai e o ex-tesoureiro do PP: derrotaram um princípio básico da Lava Jato,
a permanência na prisão por um tempo mais largo.
Gilmar Mendes , que apoiara o
relator Joaquim Barbosa nas votações do Mensalão, e que também tinha apoiado o juiz Moro e Teori Zavascki,
mudou de orientação ao votar pela liberação de Bumlai e do tesoureiro do PP. É
a primeira vez - salvo erro ou omissão - que Gilmar Mendes vota para liberar um acusado na Lava Jato. Quanto a Toffoli, não esqueçamos as suas
raízes petistas, embora em certos casos haja favorecido a Lava Jato.
E
não nos façamos ilusões. É
desenvolvimente preocupante para muitos casos da Lava Jato.
(
Fonte: Folha de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário