sexta-feira, 28 de abril de 2017

Mudança preocupante

                              

          A Lava-Jato está em perigo?  Talvez seja prematuro dizê-lo, mas os movimentos nas Turmas do Supremo, e a discrepância entre elas podem prenunciar uma tentativa de resistência ao esquema prevalente nessa famosa e até agora exitosa operação.
          Dentre os votos negativos, se discernem aqueles que se guiam por uma linha filosófica e não política, mas há outros claramente identificados em um esquema que está aberto - se os  ares são propícios - a contestações à orientação prevalente até hoje na Lava-Jato.
           A notícia da Folha se refere à soltura de um ex-tesoureiro do PP e também do pecuarista José Carlos Bumlai.
           O derrotado não foi só o Ministro Edson Fachin, o competente e diligente novo membro do Supremo, que assumiu o lugar de encarregado da Lava-Jato, antes ocupado por Teori Zavascki. A despeito das evasivas, tanto Gilmar Mendes, quanto Dias Toffoli sabem muito bem o que lograram com seus votos para liberar Bumlai e o ex-tesoureiro do PP:  derrotaram um princípio básico da Lava Jato, a permanência na prisão por um tempo mais largo.
           Gilmar Mendes , que apoiara  o relator Joaquim Barbosa nas votações do Mensalão, e que também  tinha apoiado o juiz Moro e Teori Zavascki, mudou de orientação ao votar pela liberação de Bumlai e do tesoureiro do PP. É a primeira vez - salvo erro ou omissão - que Gilmar Mendes  vota para liberar um acusado na Lava Jato.  Quanto a Toffoli, não esqueçamos as suas raízes petistas, embora em certos casos haja favorecido a Lava Jato.
            E não nos façamos ilusões.  É desenvolvimente preocupante para muitos casos da Lava Jato.


( Fonte: Folha de S. Paulo )

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