domingo, 16 de abril de 2017

Colcha de Retalhos E 12

                              

A mãe de todas as Bombas


            Os Estados Unidos lançaram nesta última quinta-feira, dia treze de abril, a GBU-43/B, que teve como alvo os túneis (e as cavernas) utilizados pela milícia radical Estado Islâmico, na província de Nangarhar, no Afeganistão.
             A bomba-monstro, com 9,1m de comprimento e 10,3 tons, tem o poder de 11 kilotons, quatro kilotons a menos  que a bomba de Hiroshima. Este explosivo, projetado em 2002, foi ora usado por primeira e, auguramos, última vez.
             A bomba tem aletas guiadas por GPS. Ela é acionada pouco acima da superfície. Incinera todo o oxigênio disponível, destruindo tudo o que esteja a 1,6 km da explosão.
              O governador do distrito afegão de Achin, Esmail Shiwari, disse à AFP que a bomba caíu em área chamada Momand Dara: "Enormes colunas de fogo tragaram toda a área." Como se trata de área sob o controle do Estado Islâmico, o governador acrescentou  que não há informação  sobre o número das vítimas desse monstruoso engenho...


Ranking do Caixa Dois


             O ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e o Ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD) lideram o ranking (infame) da planilha do Caixa Dois, entregue pela Odebrecht, em termos de delação.
             Se essa liderança não é porventura muito bemvista pelos seus ocupantes, deve-se notar que os montantes envolvidos terão de ser bastante grandes, eis que esse documento traz o elenco de 182 políticos e lista pagamentos que somam R$ 247 milhões.
              Para Sérgio Cabral, que já frequenta a cadeia de Bangu 2, o valor do Caixa Dois é de 61milhões, 996 mil e oitocentos reais.
             Quanto ao Sr. Kassab (PSD) o valor do Caixa Dois monta a 21 milhões, 251 mil e 676 reais.
              Constam também dessa lista da Odebrecht, pela ordem de valores percebidos em Caixa Dois os seguintes políticos, abaixo dos ponteiros Cabral e Kassab:
              Luiz Fernando Pezão (PMDB):20 milhões, 300 mil reais (governador do Rio de Janeiro);
              Eduardo Paes (PMDB), 16 milhões e cento e vinte mil reais (ex-prefeito do Rio de Janeiro);
               Júlio Lopes (PP),15 milhões, e seiscentos e trinta e seis mil reais (deputado federal);
               Anthony Garotinho (PR), treze milhões e doze mil reais(ex-governador do Rio de Janeiro);
              Geraldo Alckmin  (PSDB),  nove milhões e seiscentos mil reais, governador de São Paulo;
               Eliseu Padilha (PMDB), sete milhões e duzentos mil reais, Ministro da Casa Civil (Rio de Janeiro);
               Antonio Anastasia (PSDB), cinco milhões e quatrocentos e setenta e cinco mil, Senador por Minas Gerais;
                Lindbergh Farias (PT), Senador (RJ), cinco milhões e trezentos e noventa oito mil reais.
                Apenas um adendo sobre o último dessa lista do caixa dois. Recordo-me que muito antes do estouro do magno escândalo, agora tornado público pelo Ministro Edson Fachin, que é o magistrado responsável pela Lava-Jato no Supremo e que sucedeu  ao finado Teori Zavascki, vi e ouvi pela tevê o Senador petista Lindbergh Farias, com voz chorosa, dizendo que limparia o nome dele, por acusações que reputava injustas. Não sei se os cariocas se recordam do jovem Lindbergh, que então batalhava para eleger-se no nível do estado do Rio, pelo PSTU (se não me engano), e apesar de seus propósitos não logrou vencer a barreira do nível mínimo indispensável para conseguir eleger-se saindo de uma legenda nanica. Era nobre batalha, que impressionava pelo animus de arrancar o mandato saindo de um partido anão mas de nobres propósitos.


Queixas do Patriarca da Odebrecht


         O Sr. Emílio Odebrecht, o "patriarca" da  grande Empreiteira dessa pequena República, disse a Folha sentir-se "incomodado" com o fato de, segundo o próprio, a imprensa tratar as revelações da empreiteira que leva seu sobrenome "como se fossem surpresa".
        "O que nós temos não é de cinco, de dez anos. É de trinta anos. Esse sistema era um negócio institucionalizado, normal (sic). O que me surpreende - e quero enfatizar - é quando vejo todos esses poderes, a imprensa, tudo, como se isso fosse surpresa. Me incomoda isso", afirmou o patriarca dos Odebrecht.
          Por escrito Emílio Odebrecht sustenta que "tudo isso acontecia  'nas barbas' das elites (políticos, empresários, imprensa, entidades representativas)".
           "Era do co nhecimento explício ou implícito de todos ou pelo menos da maioria dessas elites. A aceitação era generalizada e todos se acomodavam por motivos individuais e diversos" (sic, conforme escreveu).
            O referido chefe do clã Odebrecht também anotou que há interesse recíproco no estreitamento de relações entre agentes públicos e o setor privado.
            "Seja para apoiar projetos e ações legítimas em razão de seu simples mérito, seja para condicionar seu apoio, mesmo a projetos e ações legítimas, a contrapartidas financeiras indevidas", escreveu,consoante a reportagem da Folha, o chefe do clã Odebrecht.



Ajuda para a Revista Carta Capital  


             Emilio e seu filho Marcelo - que está preso em Curitiba - revelaram em depoimentos que receberam pedidos para (sic) ajudar  a revista "Carta Capital" e que o grupo Odebrecht aceitou fazer empréstimo de R$ 3 milhões à publicação.

              Assinale-se, de resto, que o montante em causa foi providenciado pelo setor de pagamentos de propina e de recursos de Caixa Dois.  Pelo relato dos delatores, não se tratava de empréstimo formal.

              A tal propósito, Emílio Odebrecht afirma que recebeu um pedido do ex-Presidente Lula da Silva, para ajudar (sic) a publicação, enquanto Marcelo Odebrecht diz que Guido Mantega fez a mesma solicitação a ele. Segundo os delatores da Odebrecht, a dívida foi paga com espaço publicitário na revista.
               Em nota, a editora responsável pela publicação afirma que, de 2007 a 2009, a Odebrecht fez um adiantamento de publicidade no valor de R$ 3,5 milhões à revista, e diz tratar-se de operação normal, sem intermediários.
                Lula não se manifestou e a defesa de Mantega apontou a contradição entre os depoimentos.


( Fonte: Folha de S. Paulo) 

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