domingo, 13 de maio de 2018

Testemunho da Cantanhêde


                                   
        A colunista Eliane Cantanhêde, que hoje escreve no Estadão, e em passado relativamente recente, era uma das colaboradoras da pag. 2, dedicada à Opinião, na Folha, resolve em boa hora dar o seu testemunho quanto à recente 'revelação' da CIA, descoberta pelo professor Matias Spektor, e que lhe deixou tão funda impressão.
        No entender da Cantanhêde, o documento aflorado por Spektor é uma nova frente de pesquisa sobre a verdadeira identidade e os reais propósitos do governo Geisel.
         Nesse sentido, para a Cantanhêde, em imagem interessante,  funcionaria como uma delação premiada: precisa ser recheada de provas. Como assinala a colunista, colheu do presidente Temer  que esta"não se trata de uma versão nacional, mas da CIA, e nem tudo o que a CIA diz é necessariamente verdade".
           E a Cantanhêde acrescenta: "o documento trazido à luz pelo professor Matias Spektor é uma nova frente de pesquisa sobre a verdadeira identidade e os reais propósitos  do governo Geisel."
           Ainda na interpretação da Cantanhêde:  o documento "funciona como uma delação premiada: é uma versão, precisa ser recheada de provas. Dúvidas: como a reunião e a decisão de Geisel jamais vazaram no próprio Brasil?  Por que um ou mais generais envolvidos  contariam justamente para os norte-americanos, se eles se baseavam no velho nacionalismo que exalava  ojeriza aos EUA? Para agradar a Washington?" Há muita especulação - e a Cantanhêde a tal se refere - sobre a personalidade desse general-presidente.  Ainda no seu artigo, "A partir da CIA, há dois personagens num só: o ditador determinado a devolver  o País aos civis e o pragmático convencido de que tinha de que tinha de dançar conforme a música dominante no regime.(...) Esse confronto entre as intenções de Geisel e sua submissão ao regime é claro na obra magistral de Elio Gaspari sobre a ditadura."  E, como diz a Cantanhêde: (isso) foi bem resumido ontem por Spektor: "O que Geisel fez foi chamar para si a responsabilidade (da repressão) para poder abrir".  Como ela sintetiza: "ceder para avançar."  

( Fonte: O Estado de S. Paulo )     

Nenhum comentário: