sexta-feira, 18 de maio de 2018

Acordo político na Itália ?


                               
        Vitoriosos na eleição de quatro de março, o Movimento Cinco Estrelas e a Liga, de direita, anunciaram a 17 do corrente um programa de governo. Não surpreende que a proposta tenha fortes tons populistas e que vá desagradar os parceiros  da Itália na União Europeia.
          No procedimento previsto, o acordo de governo será enviado para aprovação para o presidente Sergio Mattarella, nesta segunda-feira,  21 de maio. Na proposta, sem embargo, falta o nome do Presidente do Conselho.  Especula-se que se aponte um parlamentar  do M5S - mas não necessariamente o seu chefe, Luigi di Maio - enquanto o Chefe da Liga, Matteo Salvini, o segundo partido mais votado, poderia ficar como ministro do Interior.
           Na economia, as páginas revelam plano para reduzir os impostos, aumentar os gastos sociais com as camadas mais pobres e eliminar a impopular reforma da previdência, o que, à primeira vista, semelha incompatível com as regras da UE, em matéria de disciplina orçamentária.
            Vazou que o programa não fazia referências a possível saída da zona do Euro, como já tinham ameaçado antes das eleições Liga e  M5S. Na verdade, os grillini, como são apodados  os membros do partido de Di Maio, têm moderado o discurso desde o ano passado.
             No entanto, o projeto poderia impor à União Européia o maior desafio desde que o Reino Unido, em referendo no verão de 2016, desembestou na surpresa do Brexit.
             Diante da imprudência dos partidos vencedores nas eleições de 4 de março, e reunido com líderes europeus na Bulgária, o demissionário Premier Paolo Gentiloni expressou preocupação com os planos da coalizão.  Por sua vez, Emmanuel Macron, o presidente francês, disse que o governo em formação em Roma se compunha de forças heterogêneas e paradoxais, mas que confiava no Presidente Mattarella para que a Itália continuasse a trabalhar de forma construtiva na U.E.

( Fonte: O Globo )

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