Vitoriosos na eleição de quatro de março, o
Movimento Cinco Estrelas e a Liga, de direita, anunciaram a 17 do corrente um
programa de governo. Não surpreende que a proposta tenha fortes tons populistas
e que vá desagradar os parceiros da
Itália na União Europeia.
No procedimento previsto, o acordo
de governo será enviado para aprovação para o presidente Sergio Mattarella,
nesta segunda-feira, 21 de maio. Na
proposta, sem embargo, falta o nome do Presidente do Conselho. Especula-se que se aponte um parlamentar do M5S - mas não necessariamente o seu chefe,
Luigi di Maio - enquanto o Chefe da Liga, Matteo Salvini, o segundo partido mais
votado, poderia ficar como ministro do Interior.
Na economia, as páginas revelam
plano para reduzir os impostos, aumentar os gastos sociais com as camadas mais
pobres e eliminar a impopular reforma da previdência, o que, à primeira vista,
semelha incompatível com as regras da UE, em matéria de disciplina
orçamentária.
Vazou que o
programa não fazia referências a possível saída da zona do Euro, como já tinham
ameaçado antes das eleições Liga e M5S.
Na verdade, os grillini, como são
apodados os membros do partido de Di
Maio, têm moderado o discurso desde o ano passado.
No entanto, o projeto poderia
impor à União Européia o maior desafio desde que o Reino Unido, em referendo no
verão de 2016, desembestou na surpresa do Brexit.
Diante da imprudência dos partidos
vencedores nas eleições de 4 de março, e reunido com líderes europeus na
Bulgária, o demissionário Premier Paolo Gentiloni expressou preocupação com os
planos da coalizão. Por sua vez,
Emmanuel Macron, o presidente francês, disse que o governo em formação em Roma
se compunha de forças heterogêneas e paradoxais, mas que confiava no Presidente
Mattarella para que a Itália continuasse a trabalhar de forma construtiva na
U.E.
(
Fonte: O Globo )
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