sábado, 12 de maio de 2018

Governo defende FF.AA


                                      

          O governo saíu em defesa das Forças Armadas e reagiu, ontem, com desconfiança, ao memorando divulgado pelo Estadão, e que foi referido  por este blog.
           Em tal sentido, assim se manifestou o presidente Michel Temer: "Nesses tempos de delações, de disse-que-disse, aprendi  que é preciso ter muito cuidado com informações dessa natureza". Acrescentou Temer que, ao receber a informação, "achou a história muito estranha", e declarou ter-lhe  chamado a atenção o fato de as revelações virem de fora do País.  "Os documentos não são nacionais, são da CIA, uma entidade estrangeira. Nem tudo o que a CIA diz é necessariamente verdade, é uma verdade absoluta."
              Nesse quadro, o presidente Temer também levou em conta que "não há um só documento, um só registro, um só depoimento dos envolvidos", que venha a corroborar a versão da CIA, que agora vem a público pelo pesquisador  da FGV, Mathias Spector.
               Em seguida, Temer acrescentou: "E a gente sabe como é... Essas coisas sempre acabam sendo faladas. Como nunca foram faladas aqui no Brasil até agora?"

              Temer afirmou, igualmente, que, pela sua própria experiência no cargo, ele tem consciência que "presidentes não conseguem acompanhar tudo o que acontece lá embaixo, no governo". Por isso, ele indaga: " Será mesmo que o general Geisel saberia disso, teria autorizado isso?" Nesse contexto, citou inclusive sua versão sobre a frase atribuída ao então vice-presidente da República, Pedro Aleixo, ao discordar da aplicação do AI-5 em 1968 e tentar substituí-lo pelo instrumento do estado de sítio: "Não tenho medo do AI-5, tenho medo do que o guarda da esquina irá fazer com esse ato".
               Além de manifestar dúvidas quanto à veracidade da informação que chegou à CIA, Temer também tentou fazer uma defesa subjetiva do ex-presidente Geisel, o penúltimo presidente do regime militar: "Isso não combina com o legado do presidente, conhecido pelo empenho em promover a abertura política, a volta à democracia".

               Por sua vez, em cerimônia na Esplanada dos Ministérios, o Ministro Raul Jungmann, da Segurança Pública, afirmou que a divulgação dos documentos da CIA não afeta o "prestígio" das Forças Armadas. Ex-Ministro da Defesa, Jungmann asseverou que o Governo ainda não teve acesso ao documento em tela de forma oficial, mas afirmou que alguma medida deve ser tomada.
                 "O governo não tem conhecimento desses documentos, não estamos desconsiderando (o citado papel da CIA), mas precisamos de ter acesso de forma oficial. O prestígio das Forças Armadas permanece nos mesmos níveis. As Forças são um ativo democrático, isso não é tocado por uma reportagem", afirmou o Ministro da Segurança Pública, em cerimônia na Esplanada dos Ministérios..

                 Jungmann foi evasivo, sem embargo, quando questionado sobre quais ações  efetivamente devem ser tomadas pelo Governo brasileiro.
                  "Não tivemos acesso a documentos oficiais. Não é minha área, não é decisão minha. Alguma medida deve ser tomada, mas não é da minha área. Não sou mais ministro da Defesa, quem deve tomar essa decisão são os responsáveis pela área", aduziu o ministro da Segurança Pública.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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