quarta-feira, 9 de maio de 2018

Que pena, Presidente Barbosa


                                   

         Verdade, meu caro Presidente - e, creia-me, não é deboche. O senhor foi um grande presidente desse conflituoso cenáculo que é o Supremo. Com muita coragem, estudo e determinação o senhor soube contornar as dificuldades criadas pelo revisor, e levar a bom termo aquilo que a grande maioria brasileira, ainda ignara de tantas coisas que o porvir não tão longínquo iria proporcionar, já desejava como sinal de tempos melhores um Brasil mais justo, em que ricos e pobres recebam a mesma atenção e as mesmas equânimes sentenças, para que a cegueira da Justiça não esteja apenas nos pátios dos grandes e austeros Palácios, onde o Povo soberano colha as normas e as determinações que lhes encha de satisfação, eis que ela só é encontrada em Leis que para todos sejam iguais.
       Foi pensando na sua atuação como Presidente, que ousei imaginar que o Senhor além de competir, com firmeza e peito aberto, como é seu feitio,  o Senhor nos faria o favor de trazer para o Povo brasileiro a esperança de alguém que, a par de sair de um passado tão digno quanto honesto, e que para a alegria de muitos entretinha o projeto de trazer um pouco mais da própria experiência e de seu caráter para o Palácio do Planalto.
        Não sei do motivo que o demoveu deste grande projeto, que o Senhor trataria também de fazê-lo do Povo, de todo o Povo, mas em especial dos mais humildes,  porque grande é a lição que pode ser dada por personalidades como o Senhor, em que coragem, firmeza, estudo e retidão  caminham juntos.
        Mas o repensar é humano, e ninguém poderá dizer que nunca hesitou, ou se deteve um momento para reexaminar, menos a perspectiva de galgar os altos páramos do Poder, e, sobretudo,  a visão de futuro melhor, de país mais justo, de pátria mais aberta a todos os seus filhos, e nessa senda que a muito poucos é concedida, e ainda menos, dentre esses privilegiados, quais realmente fazem jus, não apenas a uma promessa de tempos melhores, mais equos, mais justos, mas um Brasil que cresça na verdadeira justiça, nas oportunidades para os seus filhos e - não por último - encareceria ao Senhor que uma vez na vida reconsidere uma resolução, e troque o dúbio pelo certo, o fácil pelo difícil,  o descanso pelo trabalho,  e reunir o ânimo indispensável para acolher o repto, esse desafio, e conceder a Nós brasileiros a oportunidade de ter de volta ao Palácio do Planalto, alguém que ao invés de prometer-nos a Lua e as Estrelas,  trabalhe com a sua honestidade,persistência e seriedade por esse imenso Brasil, que está muito necessitado, creia-me de gente como Vossa Excelência.
       Não nos decepcione,  Senhor Joaquim Barbosa.

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