Com exceção de Rússia e
China, o grupo de Lima (catorze países latino-americanos) se manifestou contrário às eleições na
Venezuela, não reconhecendo a votação, retirando seus embaixadores de Caracas, em
procedimento que serve para tais ocasiões na diplomacia, na chamada para
"consultas". O Grupo vai-se empenhar junto à OEA para suspender a
Venezuela da organização por descumprimento da cláusula democrática. Tais ações conduzem a medidas na área
financeira que deverão bloquear o comércio, investigar suspeitas de corrupção,
lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
Tais
medidas poder levar também ao eventual congelamento de ativos e a outras
restrições financeiras. A Organização dos Estados Americanos tende a ser muito
lenta na aplicação de eventuais penalidades, inclusive a suspensão da Venezuela
por descumprimento da chamada cláusula democrática.
Coube a Washington a aplicação das sanções mais fortes: bloqueou ativos
venezuelanos nos EUA, inclusive as propriedades da sua principal fonte de receita,
sob controle do chavismo, i.e. Petróleos de Venezuela SA (PDVSA).
A
eleição, claramente fraudulenta, levou a
uma forte reação, tanto de Washington, quanto do Grupo de Lima (Brasil e mais
treze países). Em reação à fraude
praticada, foram tomadas medidas tendentes a evitar que o regime chavista
liquide créditos futuros ou bens estatais em troca de dinheiro vivo imediato.
Há
poucos países que na América Latina defendem o regime chavista: Cuba, Nicarágua
e Bolívia. No entanto, a capacidade de
negociar de Caracas já está restrita
pela vitória judicial da Conoco Phillips, que em maio último lograra arrestar tanques de petróleo venezuelano para
garantir o pagamento de dívida de US$ 2 bilhões.
Contudo, a hipótese de que o próximo passo estadunidense seja sanções
diretas à atividade petrolífera venezuelana com vistas a pressionar o chavismo
não é bem-vista por líderes opositores do país.
O presidente da Assembléia Nacional,Omar Barbosa, não está de acordo com
a ideia. Essa proposta é vista como polêmica,
pois segundo Barbosa: "É preciso evitar medidas que atinjam o
petróleo, que não pertence ao governo mas a todos os venezuelanos".
Sem embargo, essa defesa de o que pertence a todos os venezuelanos, na
prática serve ao corrupto poder chavista. E e por isso que diante de tal necessidade,
alguma louça deva ser quebrada.
Como seria de esperar, o apoio para Caracas foi encarecido por países de regime
forte. Moscou e Beijing mandaram mensagens favoráveis a Maduro, assim
como, outra ditadura, essa clerical, a do Irã dos ayatollahs, defendeu a validade
da reeleição do atual presidente...
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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