sexta-feira, 18 de maio de 2018

A descoberta do Caos


                        

        Enquanto a população venezuelana enfrenta a escassez generalizada de alimentos e remédios, a petrolífera PDVSA compra US$ 440 milhões em petróleo, entre janeiro de 2017 e maio do corrente ano, para enviá-lo, a preço subsidiado, a Cuba. Segundo relatório da empresa, é a primeira vez que documentos mostram  que o chavismo teve de importar o produto para abastecer um aliado regional, em vez de fornecê-lo das próprias reservas.
         O petróleo que a PDVSA adquiriu para Cuba veio dos Urais, na Rússia, o que é variedade apropriada para refinarias cubanas construídas com equipamentos da era soviética.
          A PDVSA comprou petróleo bruto de firmas chinesas, russas e suiças. Tal aquisição não é mais dos poços na Venezuela, porque o ente estatal funciona mal, desde Chávez mal-atendido em termos de pessoal técnico - como se sabe, estupidamente Hugo Chávez dera preferência a indicações políticas, o que levou ao descalabro atual.
           Apesar das suas grandes reservas de petróleo, a Venezuela chavista, pela falta e geral incompetência na utilização dos equipamentos de retirada de petróleo, se afunda cada vez mais no caos autoprovocado.
           Que a Venezuela chavista mantenha esse acordo, estabelecido pela munificência de Chávez, grande admirador de Fidel, diz muito dos custosos ímpetos do Líder chavista. Segundo a documentação,  a PDVSA pagou até US$ 12 por barril,  mas nada receberá em divisas, eis que segundo o acordo original, firmado quando Chávez e o seu sucessor ainda não tinham malbaratado a Petróleos de Venezuela,  a transação é na verdade um escambo, com o petróleo sendo trocado por mercadorias produzidas em Cuba.
            Tais passadas generosidades do líder Hugo Chávez hoje pesam e muito nas condições venezuelanas de víveres.  Se antes era um desperdício, hoje torna-se um peso cruel para a pobre gente venezuelana, que não dispõe de víveres e remédios, enquanto esse velho acordo pesa sempre mais. E como Cuba é julgada indispensável como aliada para a Venezuela, o velho acordo que já nascera torto, porque dadivoso, hoje estrebucha, ante as dificuldades sobrevindas à PDVSA, todas elas auto-criadas por  Chávez e depois Maduro.
               Outra indicação de que esse esquema vai acabar de arruinar a Venezuela e/ou provocar um levante geral na população pela impossibilidade criada. Nunca um regime como esse chavista demonstra, de papel passado, a sua brutal incompetência econômica e, por conseguinte, política, a qual se espelha no drama da produção de petróleo  na Venezuela:  sentada em cima do petróleo de melhor qualidade mundial,  a Venezuela chavista não tem condições de produzi-lo, e isto porque, se o petróleo abunda, o que falta é a capacidade técnica, a que se segue deterioração dos equipamentos para valer-se desta imensa riqueza.
                   Por trás do sorriso imbecilóide de Nicolás Maduro, o que subsiste é o drama  de não poder transformar aqueles imensos depósitos em instrumentos que o habilitem a importar alimentos e remédios, para a carente e faminta Venezuela.
                   Escarmentado pelo seu vizinho Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia - que sendo o país mais próximo,  é o que mais recebe refugiados da Venezuela - cerca de um milhão (o Brasil, por Roraima, é o segundo) - e para responder-lhe o ignorantão Maduro recorre a ofensas e palavrões, que não cabem neste blog.
                   O que importa é esse escândalo político-humanitário do regime chavista.  Quem sofre é o povo venezuelano, e a pergunta que a incapacidade chavista (pois o problema do abastecimento vem desde Chávez), mas a situação se tem deteriorado muito para a população, com a hiperinflação e os seus decorrentes males, os quais, diante da inação  do governo de Maduro,  vem-se agravando e muito.
                   Num calabouço de presos - todos eles são chamados de "bolivarianos"  e o grande Libertador das Américas espanholas decerto não merece  que o seu nome se ligue a pútridas masmorras, como as enxovias desse regime - e está por um fio a geral revolta dos infelizes ali trancafiados.
                   O que nos transporta de certa forma é uma imagem para a situação dantesca que esse regime de fancaria criou para um país que era rico, com belas cidades e gente alegre.
                    Tenho para mim que a infernal crise venezuelana - criada por enorme, amazônica incompetência,  ligada com a roubalheira e irresponsabilidade chavistas - está gritando para o mundo, como dizia Cícero para Catilina no Senado  - até quando vamos aguentar-te?  Será que entre tantos organismos internacionais, não haverá um em condições de cuidar de população faminta e doente,  enquanto o seu líder diz palavrões e recebe a adesão de Maradona?
                      E para quê, Povo de América Latina ?  Reelegê-lo - fraudulentamente é lógico - será acaso a triste confirmação de que a Justiça está foragida na antiga Terra do Grande Bolívar?
                      E não é que ao cabo, dele mais se falará do que no passado.  Porque  o chavismo nos mostra,  o que muito se falou, mas   existe na Venezuela:  Maduro demonstra que caos não é só figura de retórica!  Ele aí está e o Povo de Latino-America que dele tanto ouviu discursar, olha em torno e se dá conta de que esse tão falado caos realmente existe!

( Fontes: Estado de S. Paulo, Marco Tulio Cícero, Dante )

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