quinta-feira, 24 de maio de 2018

Mattarella confirma Conte


                        
       O ritual da entrada em funções do professor Giuseppe  Conte como premier da Itália está em andamento. Confirmado após a audiência com o Presidente da República Sergio Mattarella,  Conte fez a seguinte declaração à imprensa, que não pôde fazer perguntas: disse ser "advogado de defesa do Povo italiano" e garantiu que implementará o "contrato governamental" assinado entre os dois partidos, isto é o populista 'Movimento 5 Estrelas' e a Liga, de extrema direita.

      Conti garantiu em seu primeiro pronunciamento que não tem a intenção de iniciar processo de ruptura com Bruxelas, mas que pretende "confirmar o lugar da Itália na Europa e no mundo".
      "Lá fora há um país que espera o nascimento de um governo de mudança e espera respostas.  Eu me preparo  agora para defender os interesses de todos os italianos diante de todas as instâncias, dialogando com  as instituições europeias e com os representantes de outros países."
      Soou o alarme em Bruxelas, a despeito das palavras de Conti. O nervosismo aumentou com a revelação dos detalhes do "contrato governamental" entre os dois partidos populistas.  Há propostas de corte de impostos, abdicação de reforma previdenciária - no país mais idoso da Europa Ocidental - e criação de programa de renda universal, que pretende dar Euros 780 mensais a aposentados e pessoas de baixa renda, o que deve custar entre Euros 100 milhões e 170 milhões anuais.
       Com dívida de Euros 132 % do PIB  (2,3 bilhões de Euros), que é segunda mais alta da Europa (atrás da Grécia), é inteligível o alarme da Comissão Europeia. Bruxelas já se pergunta como esse governo populista pretende manter a estabilidade financeira, se a sua dívida corresponde a 132% do PIB.
        Pelos dados acima, os temores da U.E. se justificam diante dos eventuais efeitos desse frágil sistema financeiro sobre a situação de todo o bloco europeu.
        Por ora, resta determinar se Conte terá a habilidade e a firmeza para sobreviver às adversidades políticas. Ele é professor na Universidade Florença.

( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

Nenhum comentário: