A
primeira página de O Globo diz mais
do que muitas declarações e discursos. Quando o Governo cede, não o faz em
abstrato. Ele está cedendo o direito ao abastecimento da comunidade, e o faz
não em proveito de todos, mas atendendo a reivindicações de segmentos de
caminhoneiros, que se prevalecem de uma distribuição desde muito descurada.
E como
dizia acima, a foto não mente. Prevalecendo-se de uma situação de constrangimento ilegal, um preposto grevista confere manifesto de carga, para
verificar o destino de entrega do combustível.
Enquanto o motorista aguarda, diante da autoridade de fato, essa revisa o documento, como se para tanto dispusesse
do direito.
O
Governo Temer errou - e errou feio - ao pensar que 'resolveria' a situação se transigisse com quem descumpre a ordem
estabelecida pela lei. Não será através de remendos e de emplastos que se
consertará o que está errado.
A
Greve - e se agregarmos o Locaute,
pior ainda - não resolverá o problema. E
mais ainda, transigir com os grevistas, sem qualquer negociação.
A
força do Governo está em ser instrumento de situação estabelecida pela Lei. Se
ele a desconhecer, e partir para soluções de "remendo", como foram
até agora as supostas intervenções do Estado, ele está, e de forma bastante
clara, reconhecendo a autoridade de uma greve ilegal, e que vai em contra aos
direitos de toda a Comunidade Nacional.
Não
será através de band-aids e esparadrapos,
que se há de consertar esta situação.
Se a
solução da crise não pode passar pela Petrobrás, como foi a orientação do
governo anterior, tampouco se pode discutir a solução de situação porventura
errônea em termos de uma comunidade em detrimento da Nação.
Não
é o momento de pôr o carro adiante dos bois, nem de fazer reformas sob a coação
de um movimento grevista.
Se
os preços estão defasados, e setores estão em desvantagem, que se regularize tão pronto quanto possível
a situação.
Mas
tal jamais poderá ser feito com a faca na garganta, nem com remendos, como os
recomendados pelo Governo Temer.
Não vamos despir uma parte - no caso a Petrobrás - para vestir outra.
Como já foi dito, não será com remendos desse gênero, que se resolverá a
situação.
Como na foto do jornal, vamos colocar as pessoas no seu lugar. Lugar de operário não é o de revisar
conhecimentos, nem de autorizar trânsito
de caminhão. E por trás do
encarregado da carga, que vem alguém, investido pela força e não pelo direito,
revisar-lhe os documentos, vamos cuidar
de pôr ordem nesse galinheiro.
Se o governo não deve ceder por ceder,
porque a autoridade do Estado não deve agir por imposição de quem quer
que seja, e sim pela autoridade que lhe foi investida, e que cuida de
proteger o Estado e a quem ela deve
cuidar em primeiro lugar, i.e., o Povo brasileiro, e a mais ninguém.
O governo Temer errou - e errou feio - em transigir sob a chantagem dos
grevistas.
Um governo governa para cuidar das questões e problemas de toda uma
comunidade. Por isso, não pode desconhecer
locautes (que são ilegais), nem
admitir que a ilegalidade prevaleça.
É mais do que tempo de pôr ordem nesse galinheiro. E não será transigindo com a ilegalidade -
nem permitindo que órgão público, como a Petrobrás, venha a bancar essa festa -
que se há de resolver tal problema.
Presidente Temer - com grevista, e a
fortiori em assunto de interesse de toda a comunidade nacional - não se deve, como princípio, transigir. Se o assunto é sério, e complexo, que se
parta para a solução. Pela sua posição,
o senhor tem todas as condições de impor a Lei.
Mas não se esqueça que o Senhor age em função do direito de toda a
comunidade nacional. E que uma reforma
ampla e abrangente, se justa e oportuna, será sempre melhor do que um remendo,
por mais bonito que este pareça.
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