A reforma sobre
o foro privilegiado para deputados federais e senadores, em boa hora proposta
pelo Ministro
Luís Roberto Barroso, uma vez aprovada por maioria do Supremo Tribunal
Federal, já está sendo aplicada.
Com efeito, o Ministro Dias Toffoli
decidiu, no dia seguinte à decisão do STF de restringir o foro privilegiado
para deputados federais e senadores, retirar da Corte e encaminhar para outras
instâncias processos contra sete parlamentares.
Nesse sentido, Toffoli baixou seis
ações penais e um inquérito com base no entendimento firmado anteontem pela
maioria do Supremo, de que o foro privilegiado, no caso dessas autoridades, só
deve valer para crimes cometidos no exercício do mandato e em função do cargo.
Embora seja personalidade para muitos
multifacética - por vezes, ele surge nos
anais como o Velho do Restelo, personagem
camoniano - o Ministro Gilmar Mendes reforçou ontem as
críticas à redução do foro, sob a alegação de que a restrição não dará
celeridade à Justiça e deixará juízes de instâncias judiciais "sob forte pressão". "Pensem num político importante
de um Estado do Nordeste ou do Norte, e sendo investigado por uma comarca
local. Comecem a imaginar agora os processos que vão baixar de instância, e
vejam como estará em seis ou oito meses", disse Gilmar em encontro com
correspondentes estrangeiros de imprensa. Segundo
Gilmar, a Justiça criminal brasileira
"não é a 13ª Vara Federal de
Curitiba", em referência ao Juiz
Sérgio Moro.
Segundo estima o Estado de S. Paulo, o número de casos
contra parlamentares que vão baixar para outras instâncias deve aumentar. Nesse
sentido, o Ministro Marco Aurélio afirmou que está fazendo um pente-fino nos
processos de sua relatoria para
verificar quais deverão sair do STF.
Atualmente, tramitam no Supremo
399 inquéritos e 86 ações penais contra autoridades, a maioria envolvendo
parlamentares, mas ainda não há um balanço de quantos casos serão enquadrados
na decisão de anteontem da Suprema Corte.
A primeira leva de processos
contra parlamentares que sai do STF é composta pelos deputados federais Alberto Fraga (DEM-DF), Roberto Góes (PDT-AP), Marcos Reategui (PSD-AP), Cícero
Almeida (PHS-AL), Helder Salomão
(PT-ES), Takayama (PSC-PR) e Wladimir
Costa (SD-PA). Dessa lista, apenas foram encaminhados à segunda instância os
casos de Alberto Fraga e o de Cícero Almeida.
Por fim, o único que não teve a
destinação divulgada foi o do deputado Wladimir Costa, que recentemente ganhou
notoriedade por haver tatuado com henna o nome do Presidente Michel Temer
no peito.
( Fontes: Luís de Camões, o Estado de S. Paulo )
Nenhum comentário:
Postar um comentário