domingo, 13 de maio de 2018

Reservas do Tesouro Nacional: R$ 647 bilhões


                           

         Não obstante a crise fiscal que atravessa, o Brasil - segundo o Estadão - está hoje muito mais preparado para enfrentar as turbulências do mercado.
         No caixa do Tesouro, a reserva de recursos para bancar o pagamento de títulos públicos cresceu mais de três vezes nos últimos 5 anos, chegando atualmente a R$  647,4 bilhões, o que reduz os riscos de eventual calote       
          Se tal não bastasse, o País conta igualmente com US$ 381,6 bilhões em reservas internacionais, administradas pelo Banco Central - e que poderiam ser empregadas para evitar crise cambial.  Além disso, existem R$ 9 bilhões no caixa do Tesouro para bancar todos os vencimentos da dívida externa do governo nos próximos doze meses.
           Para o subsecretário da dívida pública do Tesouro, José Franco Medeiros de Morais, essas três linhas de defesa garantem, do prisma macroeconômico, situação confortável para eventuais turbulências que o País venha a enfrentar nos próximos meses.
           Como se assinala, trata-se de situação muito diversa da vivida durante a campanha presidencial de 2002, v.g., quando a eleição do ex-presidente Lula da Silva  levou o dólar estadunidense para o patamar de R$ 4. O colchão de liquidez da dívida externa estava em R$ 40 bilhões, e as reservas internacionais no Banco Central eram de apenas US$ 37,24 bilhões. Tampouco havia reserva em caixa para o pagamento da dívida externa.
            A par disso, segundo o subsecretário Franco, em 2013, o colchão de liquidez estava em R$ 200 bilhões. Então, tal reserva de dinheiro bancava três meses de pa-gamento de títulos. Hoje, a reserva banca de oito a dez meses. Segundo explica Franco, esse montante aumentou porque houve reversão  de expectativas em relação ao cenário econômico no Brasil.
             O Tesouro vendeu mais títulos do que aqueles que venceram, o que permitiu a entrada de mais dinheiro no caixa que hoje possui R$ 1,07 trilhão. Desse total, 60% compõem o colchão de liquidez da dívida.  O Subsecretário Franco disse que o Tesouro está preparado para enfrentar turbulências e os próximos vencimentos até o final do ano, que somam cerca de R$ 250 bilhões.
               Por outro lado, para o economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas, Manoel Pires, além de tais 'barreiras', o Brasil está numa situação mais tranquila também por conta dos juros e da inflação mais baixos - e que funcionam como escudos de proteção.
                Segundo o técnico da FGV, o país está bem posicionado  para qualquer eventual 'surpresa' nos juros dos Estados Unidos, cenário que está ditando basicamente  o comportamento do dólar estadunidense, que se vem fortalecendo frende às demais divisas - o que, de resto, já provocou  até um pedido de ajuda da nossa vizinha Argentina ao FMI.  " É o que parece que a psicologia do mercado está precificando", disser Pires, antigo  Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
                  Para ele, contudo, o Brasil continua vulnerável em relação às contas públicas e enfrenta dificuldades para aprovar as reformas (o que é de resto, notório, se tivermos em conta o noticiário recente). Na avaliação do Secretário Pires, a maior turbulência nas eleições vai depender muito da programação de política econômica de cada candidato à Presidência.  Para Manoel Pires,"o que está acontecendo hoje é muito mais uma revisão do cenário global do que do risco Brasil por conta das eleições".

( Fonte:O  Estado de S. Paulo, Caderno Economia & Negócios )  

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