terça-feira, 22 de maio de 2018

Sanções ampliadas contra a Venezuela


                                   
          Em clara reação quanto ao procedimento eleitoral, marcado pela fraude e intimidação pelo regime chavista, houve de parte ocidental manifesta reprovação dos abusos e dos diversos procedimentos tendentes a constranger os votantes em uma forçada opção 'chavista'.
          O próprio candidato opositor, Henri Falcón,  denunciou a eleição como fraudulenta e não se tratou do usual 'choro' de perdedor.
          Todo o esquema chavista se orientou não só para o constrangimento, senão para medidas mais fortes, com postos governamentais próximos das seções de votação, com a clara disposição de intimidar os votantes.
           Henri Falcon, o único opositor restante, apesar de uma postura oposicionista que pode ser considerada como super-'light', ao cabo perdeu a paciência, associando-se aos protestos.
            Entre os dois campos, os que apoiaram, mandaram mensagens congratulando-se com Maduro: gospodin Putin, que já concedera empréstimos ao ditador; a China, cujo regime  também aposta na carta Maduro,  seja com empréstimos (que mais encalacram a endividada), seja com declarações bombásticas (não aceitará  a ingerência em assuntos internos venezuelanos...); e o Irã, dos ayatolahs, com loas também a 'validade' da reeleição de Nicolás Maduro.
               Já nos que condenaram os processos e as fraudes empregadas, estão os Estados Unidos, com sanções (proibiram a compra de ativos estatais de Caracas, ou de eventuais créditos a receber; bloquearam ativos venezuelanos nos EUA, assim como as propriedades da principal fonte de renda chavista, a petrolífera PDVSA). Por sua vez, o Grupo de Lima, não reconheceu a votação e chamou seus embaixadores para consultas, procedimento usual quando se deseja dissociar de um regime e manifestar desagrado com a sua linha política...          
                 Não obstante, não há unanimidade quanto à perspectiva de um embargo às vendas de petróleo venezuelano. Omar Barbosa, o presidente da Assembleia Nacional, não concorda com a ideia. Para tanto, ele emprega um conceito discutível: "É preciso evitar medidas que atinjam o petróleo, que não pertence ao governo, mas sim a todos os venezuelanos." Note-se que Barbosa é apenas o titular de um poder totalmente esvaziado pela ditadura de Maduro, que na prática substituíu a Assembléia Nacional, com maioria da Oposição, pela chamada Constituyente (dos Bairros), que apesar de despojada de toda legitimidade (eleita fraudulentamente) e com poderes absolutos (dados a um organismo que é apenas uma fachada do Governo) é quem ora dá as cartas na pobre terra de Bolívar, enquanto a Assembléia Nacional, eleita pelo Povo, foi escanteada por Maduro, não tendo na prática poder algum...
                   A frente internacional que defende o regime de Maduro está geograficamente distante, e mesmo tentando falar grosso, não tem força para contra-arrestar a influência estadunidense, e de grande parte da América Latina (salvo a Bolívia, de Evo Morales,  Cuba e mais alguns poucos gatos pingados).

(Fonte: O Estado de S. Paulo )


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