Foi
muito importante que antes de escrever mais um artigo sobre a crise que o
Brasil está vivendo, tivesse presente que ela não surgiu do nada, nem de azar
que veio visitar o pobre Michel Temer, que não mereceria tanta maldade.
Além do velho dito de que 'fantasma
sabe para quem aparece', o chamado "azar" de governante muita vez
tende a diluir-se, se porventura contextualizado.
Hoje, vinte e nove de maio, José
Casado comparece com a matéria "O custo da embromação". O seguinte
verbete, colocado junto ao artigo, em O
Globo, já nos faz sentir de forma abrangente o drama: "Dilma, Temer e o Congresso foram
avisados várias vezes nos últimos 42
meses sobre os riscos de paralisação do país. Ninguém se mexeu. Deu nisso que
está aí ".
Qualquer pessoa com um mínimo de juízo, terá percebido que o relógio
afinal parou. Sobrou para o Temer, que, como se vê, não é marinheiro de
primeira viagem.
Há vários provérbios que ensinam que não adianta
chorar sobre o leite derramado.
Com
todo esse arsenal da sabedoria popular, e a despeito de tudo, estamos nós de Pindorama um tanto mal parados.
Se
agora é fácil pontificar sobre as vantagens de resolver um problema antes que
estoure (e tenda a tornar-se ou intratável, ou de tratamento bem mais complexo),
tampouco é difícil entender que políticos tenham horror de enfrentar um
problema como esse, pelas dificuldades que vai apresentar depois que 'nasceu' e se mostre, por conseguinte, com todas as
próprias incômodas arestas.
Se
infelizmente para o Presidente Temer, os fados ocorreram dessa forma e sobrou
para ele, não é mais hora de empurrá-lo para outrem.
A
única solução possível será resolvê-lo de forma consentânea, e que o modus faciendi não arruíne nem o Brasil,
nem a Petrobrás, por motivos suficientemente claros que qualquer político com
experiência possa entender.
Em
outras palavras, formada a crise, não é mais hora de empurrar o problema para
outrem. Os políticos brasileiros são doutores no jogo de empurra.
Mas
o Brasil - como demonstra José Casado - já pagou um preço bastante alto pelo
problema. É hora de resolver a questão de uma vez, e não de encontrar maneiras
de uma vez mais transferi-lo para outros
colos.
( Fonte: O Globo, artigo de José Casado )
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