terça-feira, 29 de maio de 2018

A crise dos caminhoneiros


                                                       

         Foi muito importante que antes de escrever mais um artigo sobre a crise que o Brasil está vivendo, tivesse presente que ela não surgiu do nada, nem de azar que veio visitar o pobre Michel Temer, que não mereceria tanta maldade.
         Além do velho dito de que 'fantasma sabe para quem aparece', o chamado "azar" de governante muita vez tende a diluir-se, se porventura contextualizado.
         Hoje, vinte e nove de maio, José Casado comparece com a matéria "O custo da embromação". O seguinte verbete, colocado junto ao artigo, em O Globo, já nos faz sentir de forma abrangente o drama: "Dilma, Temer e o Congresso foram avisados várias vezes nos últimos 42 meses sobre os riscos de paralisação do país. Ninguém se mexeu. Deu nisso que está aí ".       
        Qualquer pessoa com um mínimo de juízo, terá percebido que o relógio afinal parou. Sobrou para o Temer, que, como se vê, não é marinheiro de primeira viagem.
        Há vários provérbios que ensinam que não adianta chorar sobre o leite derramado.
         Com todo esse arsenal da sabedoria popular, e a despeito de tudo, estamos nós de Pindorama um tanto  mal parados.
          Se agora é fácil pontificar sobre as vantagens de resolver um problema antes que estoure (e tenda a tornar-se ou intratável, ou de tratamento bem mais complexo), tampouco é difícil entender que políticos tenham horror de enfrentar um problema como esse, pelas dificuldades que vai apresentar depois que 'nasceu'  e se mostre, por conseguinte, com todas as próprias incômodas arestas.
          Se infelizmente para o Presidente Temer, os fados ocorreram dessa forma e sobrou para ele, não é mais hora de empurrá-lo para outrem.
          A única solução possível será resolvê-lo de forma consentânea, e que o modus faciendi não arruíne nem o Brasil, nem a Petrobrás, por motivos suficientemente claros que qualquer político com experiência possa entender.
           Em outras palavras, formada a crise, não é mais hora de empurrar o problema para outrem. Os políticos brasileiros são doutores no jogo de empurra.
           Mas o Brasil - como demonstra José Casado - já pagou um preço bastante alto pelo problema. É hora de resolver a questão de uma vez, e não de encontrar maneiras de  uma vez mais transferi-lo para outros colos.

( Fonte:  O Globo, artigo de José Casado )

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