Os presidentes Emmanuel Macron, da França, e Vladimir Putin, da Rússia, anunciaram ontem, em São Petersburgo, a
intenção de lançar 'iniciativas comuns' para salvar o acordo nuclear com o Irã,
e obter a paz na Síria e na Ucrânia.
Ambos criticaram a decisão de Donald Trump de cancelar a cúpula com a Coréia do Norte, o que
poria em risco o esforço de desnuclearização da Península Coreana.
Macron e Putin encontraram-se
durante o Forum Econômico de São Petersburgo, que contou também com a
participação do Primeiro Ministro do Japão, Shinzo
Abe.
A segunda reunião bilateral entre os
dois desde 2017 - a primeira foi em Versailles - ocorreu em meio ao crescente
isolacionismo americano, especialmente sobre o acordo nuclear iraniano.
Nos bastidores, Putin considera
Macron com o atual líder das democracias ocidentais, enquanto Macron vê o russo
como o líder da "Europa iliberal". Por isso, segundo diplomatas
russos e franceses, ambos pretendem construir um diálogo para contornar o
isolacionismo americano.
Pouco antes do encontro, Macron
e Putin haviam recebido a informação sobre o cancelamento da cúpula entre Trump
e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un. Ambos criticaram a suspensão do
encontro. "A Rússia lamenta a decisão (americana). Nós contávamos que
seria o início da desnuclearização da Península Coreana", afirmou Putin,
que defende o ditador norte-coreano.
Em sintonia com Putin, Macron pediu
diálogo sobre o desmantelamento do programa nuclear da Coreia do Norte. "Queremos que o processo de redução de
tensão e a desnuclearização possam continuar, que a comunidade internacional
possa desempenhar seu papel", afirmou o Presidente francês.
O tema de maior convergência
entre os dois presidentes foi, no entanto, o Irã. "Desejo que o Irã
continue plenamente engajado no acordo nuclear e não retome nenhuma atividade",
disse Macron, satisfeito com as últimas informações transmitidas pela Agência
Internacional de Energia Atômica (AIEA), segundo a qual Teerã continua respeitando
o tratado. "Temos a vontade comum de preservar o acordo, que me parece ser
útil para a segurança regional", reiterou Macron.
Putin confirmou que o
Kremlin também pretende fazer com que o acordo seja respeitado, mesmo após a
retirada dos Estados Unidos.
"Pessoalmente, eu
assegurei (a Macron) que o Irã está cumprindo todas as suas obrigações"
declarou o presidente russo. "Consideramos bem-vindos os esforços do Irã e
da Europa para preservar esse acordo, embora acredite que seja missão muito difícil."
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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