domingo, 27 de maio de 2018

Macron e Putin tentam salvar pacto


                                   

         Os presidentes Emmanuel Macron, da França, e Vladimir Putin, da Rússia,  anunciaram ontem, em São Petersburgo, a intenção de lançar 'iniciativas comuns' para salvar o acordo nuclear com o Irã, e obter a paz na Síria e na Ucrânia.
          Ambos criticaram  a decisão de Donald Trump de cancelar a cúpula com a Coréia do Norte, o que poria em risco o esforço de desnuclearização da Península Coreana.
           Macron e Putin encontraram-se durante o Forum Econômico de São Petersburgo, que contou também com a participação do Primeiro Ministro do Japão, Shinzo Abe.
           A segunda reunião bilateral entre os dois desde 2017 - a primeira foi em Versailles - ocorreu em meio ao crescente isolacionismo americano, especialmente sobre o acordo nuclear iraniano.
            Nos bastidores, Putin considera Macron com o atual líder das democracias ocidentais, enquanto Macron vê o russo como o líder da "Europa iliberal". Por isso, segundo diplomatas russos e franceses, ambos pretendem construir um diálogo para contornar o isolacionismo americano.
               Pouco antes do encontro, Macron e Putin haviam recebido a informação sobre o cancelamento da cúpula entre Trump e o ditador norte-coreano, Kim Jong-un. Ambos criticaram a suspensão do encontro. "A Rússia lamenta a decisão (americana). Nós contávamos que seria o início da desnuclearização da Península Coreana", afirmou Putin, que defende o ditador norte-coreano.
                 Em sintonia com Putin, Macron pediu diálogo sobre o desmantelamento do programa nuclear da Coreia do Norte.  "Queremos que o processo de redução de tensão e a desnuclearização possam continuar, que a comunidade internacional possa desempenhar seu papel", afirmou o Presidente francês.
                 O tema de maior convergência entre os dois presidentes foi, no entanto, o Irã. "Desejo que o Irã continue plenamente engajado no acordo nuclear e não retome nenhuma atividade", disse Macron, satisfeito com as últimas informações transmitidas pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), segundo a qual Teerã continua respeitando o tratado. "Temos a vontade comum de preservar o acordo, que me parece ser útil para a segurança regional", reiterou Macron.
                   Putin confirmou que o Kremlin também pretende fazer com que o acordo seja respeitado, mesmo após a retirada dos Estados Unidos.
              "Pessoalmente, eu assegurei (a  Macron) que o Irã está  cumprindo todas as suas obrigações" declarou o presidente russo. "Consideramos bem-vindos os esforços do Irã e da Europa para preservar esse acordo, embora acredite que seja missão muito difícil."  

( Fonte: O Estado de S. Paulo )

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