sábado, 19 de maio de 2018

Os Rochedos da Previdência


                                          
            O Estadão faz em seu editorial hodierno importante denúncia, no que tange à reforma da Previdência :
  
          "Não é demais lembrar que havia total condição de aprovar essa reforma no ano passado, mas o esforço do governo foi sabotado pelas denúncias de corrupção oferecidas pela Procuradoria-Geral da República contra o presidente Temer. As denúncias não tinham fundamento e acabaram derrubadas no Congresso, mas foram suficientes para minar a capacidade de negociação política do governo."
             E continua: "Assim, mesmo fazendo uma administração que recuperou  a racionalidade na gestão das contas públicas, reduziu os juros, derrubou a inflação, aprovou uma importante reforma trabalhista e impôs um necessário teto para os gastos públicos, o governo enfrenta uma imensa impopularidade ainda como consequência daquelas denúncias ineptas, e tal situação reduziu o cacife de Temer  para continuar a implementação de sua agenda reformista."

              A proposta do Estadão é a seguinte: "Diante disso, o Presidente parece apostar que será possível aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano se houver apoio firme do presidente eleito, munido da natural legitimidade que cerca o vencedor do pleito.
               E a sugestão segue: " O presidente eleito, seja ele quem for, deveria ter total interesse nessa proposta. O que Temer está oferecendo é um esforço conjunto para realizar agora uma reforma que, de um jeito ou de outro, terá de ser feita, pois sem ela inviabilizam-se todos os demais projetos de governo. Não haverá recursos para investimentos nem para programas sociais, e a máquina administrativa, que já funciona mal, corre sério risco de parar."

              Com efeito, faz sentido a conclusão do editorialista: "De nada valerão as propostas do candidato vencedor da eleição se não houver as condições objetivas para implementá-las, e essas condições passam necessariamente pela adequação da Previdência à realidade."
                 E o Estadão, no seu editorial, conclui: "o interesse em aprovar a reforma não deveria ser deste ou daquele partido ou político, pois quem quer que se diga capaz da garantir a governabilidade sem interromper a sangria do sistema previdenciário estará simplemente mentindo."

                  É muito difícil que a esquerda esteja pronta a acolher  tal esquema, mas a realidade costuma ser especialmente contrária a manobras que visem a circundá-la. A esses, é o caso de perguntar se têm presente o descalabro da Previdência em outros países, como por exemplo em Portugal.


( Fonte: O Estado de S. Paulo )             

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