O
Estadão faz em seu editorial hodierno importante denúncia, no que tange à
reforma da Previdência :
"Não é demais lembrar que havia total condição de aprovar essa
reforma no ano passado, mas o esforço do governo foi sabotado pelas denúncias
de corrupção oferecidas pela Procuradoria-Geral da República contra o
presidente Temer. As denúncias não tinham fundamento e acabaram derrubadas no
Congresso, mas foram suficientes para minar a capacidade de negociação política
do governo."
E
continua: "Assim, mesmo fazendo uma administração que recuperou a racionalidade na gestão das contas
públicas, reduziu os juros, derrubou a inflação, aprovou uma importante reforma
trabalhista e impôs um necessário teto para os gastos públicos, o governo
enfrenta uma imensa impopularidade ainda como consequência daquelas denúncias
ineptas, e tal situação reduziu o cacife de Temer para continuar a implementação de sua
agenda reformista."
A proposta do Estadão é a seguinte: "Diante disso, o Presidente
parece apostar que será possível aprovar a reforma da Previdência ainda neste
ano se houver apoio firme do presidente eleito, munido da natural legitimidade
que cerca o vencedor do pleito.
E a sugestão segue: " O presidente eleito, seja ele quem for,
deveria ter total interesse nessa proposta. O que Temer está oferecendo é um
esforço conjunto para realizar agora uma reforma que, de um jeito ou de
outro, terá de ser feita, pois sem ela inviabilizam-se todos os demais
projetos de governo. Não haverá recursos para investimentos nem para
programas sociais, e a máquina administrativa, que já funciona mal, corre sério
risco de parar."
Com efeito, faz sentido a conclusão do editorialista: "De nada
valerão as propostas do candidato vencedor da eleição se não houver as
condições objetivas para implementá-las, e essas condições passam
necessariamente pela adequação da Previdência à realidade."
E o Estadão, no seu editorial, conclui: "o interesse em aprovar a
reforma não deveria ser deste ou daquele partido ou político, pois quem quer
que se diga capaz da garantir a governabilidade sem interromper a sangria do
sistema previdenciário estará simplemente mentindo."
É muito difícil que a esquerda esteja pronta a acolher tal esquema, mas a realidade costuma ser
especialmente contrária a manobras que visem a circundá-la. A esses, é o caso
de perguntar se têm presente o descalabro da Previdência em outros países, como
por exemplo em Portugal.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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