domingo, 13 de maio de 2018

A Argentina não desiste do ARA San Juan




           A quinze de novembro de 2017 o ARA San Juan perdeu contato com a Base Naval da Argentina. Nesse dia, o capitão do Ara San Juan informou a essa base "uma avaria no sistema de baterias." Navegando na superfície, na ponta sul do Continente, o S-42, o Ara San Juan, cortava as ondas de oito metros com dificuldade. Os quatro motores diesel não conseguiam dar a força neces-sária para estabilizar o curso do navio da força naval argentina. Essa luta durou ao menos duas horas.
            Foi então que o comandante Pedro Martins Fernandes decide ignorar uma falha já detectada nas baterias elétricas de bordo e, após relatar  por rádio as condições adversas, ordena o mergulho, provavelmente até profundidade de 14 ou 15 metros, para atingir faixa de águas calmas. Estaria então na altura de Comodoro Rivadavia, a 430 km do continente, no rumo de Mar de Plata.
             O submarino, com 2.300 toneladas, e sua tripulação de 43 homens e uma mulher, desaparecem.  Quais os segredos da missão? Damián Enrique Castillo, oficial de inteligência da Marinha, engrossa o pessoal embarcado com a missão de obter informações sobre embarcações mercantes estrangeiras que operem na área. Castillo também deve registrar a movimentação da flotilha do Reino Unido, nas Falklands (Malvinas, para os argentinos).

              Esse mistério do Ara San Juan pode estar perto da respectiva solução. Na semana passada, o Ministro argentino da Defesa, Oscar Aguad, anunciou que a empresa venezuelana Sistemas Eletrónicos Acuaticos (SEA) - mas que tem sede em Miami - será contratada  para a próxima fase das buscas. Nesse sentido, Hugo Marino, que preside o grupo empresarial, acredita que o navio é "100% encontrável", e que provavelmente as equipes empenhadas nas buscas anteriores "passaram por ele muitas vezes, mas sem vê-lo porque usaram tecnologia inadequada."  A SEA receberá US$ 4 milhões pela tarefa.Terá apoio de um navio da Marinha para o transporte do robô feito na Noruega, capaz de realizar rastreamento eletrônico além de mil metros de profundidade. Marino terá cem dias para cumprir a missão. A SEA vai mobilizar grupo de oito engenheiros para esquadrinhar o fundo do oceano em um quadrado de 1.600 milhas, o que inclui levantamento por imagem.Atrás do atual silêncio do Ara San Juan existe um mistério de explosão. A detonação foi detectada simultâneamente por 2 estações de rastreamento de ensaios nucleares (na Ilha da Ascensão, no médio Atlântico , e outra no arquipélago de Crozet, ao sul do continente africano. As centrais ficam a sete mil km de distância uma da outra, e a onze mil km do ponto em que o S-42 desapareceu.
                O que está por trás da tragédia  do submarino Ara San Juan? Não falta o que observar naquele aparente deserto marinho.  Além das rotas austrais dos navios militares,  o rastreamento de satélites de observação de órbita baixa. E não só isso. Talvez haja grande estoque de petróleo e gás, estimado em 6,6 milhões de barris.


( Fonte:  O Estado de S. Paulo )

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