A quinze de novembro de 2017 o ARA San Juan perdeu contato com a Base
Naval da Argentina. Nesse dia, o capitão do Ara San Juan informou a essa base
"uma avaria no sistema de baterias." Navegando na superfície, na
ponta sul do Continente, o S-42, o Ara San Juan, cortava as ondas de oito
metros com dificuldade. Os quatro motores diesel não conseguiam dar a
força neces-sária para estabilizar o curso do navio da força naval argentina.
Essa luta durou ao menos duas horas.
Foi então que o comandante Pedro Martins Fernandes decide ignorar uma
falha já detectada nas baterias elétricas de bordo e, após relatar por rádio as condições adversas, ordena o
mergulho, provavelmente até profundidade de 14 ou 15 metros, para atingir
faixa de águas calmas. Estaria então na altura de Comodoro Rivadavia, a 430 km
do continente, no rumo de Mar de Plata.
O
submarino, com 2.300 toneladas, e sua tripulação de 43 homens e uma mulher,
desaparecem. Quais os segredos da
missão? Damián Enrique Castillo, oficial de inteligência da Marinha, engrossa o
pessoal embarcado com a missão de obter informações sobre embarcações
mercantes estrangeiras que operem na área. Castillo também deve registrar a
movimentação da flotilha do Reino Unido, nas Falklands (Malvinas, para os
argentinos).
Esse mistério do Ara San Juan pode estar perto da respectiva solução. Na
semana passada, o Ministro argentino da Defesa, Oscar Aguad, anunciou que a
empresa venezuelana Sistemas Eletrónicos Acuaticos (SEA) - mas que tem sede em
Miami - será contratada para a próxima
fase das buscas. Nesse sentido, Hugo Marino, que preside o grupo empresarial,
acredita que o navio é "100% encontrável", e que provavelmente as equipes
empenhadas nas buscas anteriores "passaram por ele muitas vezes, mas sem
vê-lo porque usaram tecnologia inadequada." A SEA receberá US$ 4 milhões pela tarefa.Terá
apoio de um navio da Marinha para o transporte do robô feito na Noruega, capaz
de realizar rastreamento eletrônico além de mil metros de profundidade. Marino
terá cem dias para cumprir a missão. A SEA vai mobilizar grupo de oito
engenheiros para esquadrinhar o fundo do oceano em um quadrado de 1.600 milhas,
o que inclui levantamento por imagem.Atrás do atual silêncio do Ara San Juan
existe um mistério de explosão. A detonação foi detectada simultâneamente por 2
estações de rastreamento de ensaios nucleares (na Ilha da Ascensão, no médio
Atlântico , e outra no arquipélago de Crozet, ao sul do continente africano. As
centrais ficam a sete mil km de distância uma da outra, e a onze mil km do
ponto em que o S-42 desapareceu.
O que está por trás da tragédia do submarino Ara San Juan? Não falta o que
observar naquele aparente deserto marinho.
Além das rotas austrais dos navios militares, o rastreamento de
satélites de observação de órbita baixa. E não só isso. Talvez haja grande
estoque de petróleo e gás, estimado em 6,6 milhões de barris.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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