Foi utilizada no crime que matou Marielle
e o motorista Anderson a submetralhadora HK MP5.
Era a indicação
crucial de que careciam os investigadores do megacídio do Estácio. Esse tipo de
arma já é considerado obsoleto, e por isso não costuma ser usada em operações
policiais. Ela deixa policiais em
desvantagem em confrontos com traficantes, pois seus disparos não têm longo
alcance. No Rio, é empregada por equipes do Batalhão de Operações Especiais
(Bope) da PM, e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), da Polícia
Civil, em escolta de presos ou incursões em comunidades conflagradas.
Segundo especialista, que pediu
para não ser identificado, "mesmo
obsoleta, a submetralhadora tem boa precisão, e conta com três pontos de
apoio. Agrupa os tiros no ponto mirado pelo atirador".
Na reconstituição do assassínio de
Marielle e Anderson foram efetuadas seis rajadas com armas diferentes. Os
peritos tinham como escopo ensejar que 4 testemunhas do crime comparassem o som
dos tiros, para apontar o mais parecido com o que ouviram na noite de catorze
de março.
Entre as testemunhas presentes
estava uma assessora de Marielle que, no momento do assassinato, viajava ao lado
da vereadora no banco de trás do carro dirigido por Anderson. Atualmente, ela
está no exterior, e só veio ao Rio para a reconstituição do crime. Ao falar da ocorrência, chorou copiosamente.
O ex-PM Orlando de Curicica e o
vereador Marcello Siciliano (PHS) foram envolvidos no crime por
testemunha-chave do inquérito, que prestou quatro depoimentos à DH,em troca de
proteção policial. Ela trabalhava para
Orlando e disse que presenciara conversas entre o ex-PM e o vereador Siciliano
sobre a "necessidade" de matar Marielle, que atrapalhava ações de um
grupo paramilitar na Zona Oeste. Segundo
a testemunha, quatro homens foram encarregados da execução, incluindo um PM da
ativa e um policial reformado.
O próprio ministro da Segurança
Pública Raul Jungmann confirmou que
Orlando e Siciliano estão entre as pessoas investigadas por suspeita de
envolvimento no duplo homicídio. Os dois negam.
(
Fonte: O
Globo )
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