Às vésperas do quarto 'mandato'
de Vladimir Putin, o atual líder da
Oposição Alexei Navalny, saído de
mais uma prisão, convocou os seus partidários - e são tantos que o presidente
Putin o impediu de concorrer contra ele... Corajoso, carismático e correto,
Navalny vê crescer-lhe o apoio no povo russo. Para afastá-lo da concorrência, o
sistema Putin inventou processo no interior por obscura infração cometida pelo
popular candidato oposicionista. É de achar-se graça - se alguém não quiser chorar
- que o presidente Putin, toda vez que tenha de cumprir com o ritual da
democracia, trate de afastar por arcanos delitos o rival que lhe ponha em
perigo a presidência.
A mídia, com a
sua notória extraprudência, que em outros rincões tem nome diverso, passa com
pés leves e rápidos, sobre esses aspectos, digamos, algo escabrosos do
presidente de todas as Rússias. E, em número de anos no poder, não é que ele se
aproxima do camarada Josef Stalin? Com essas eleições, e se a deusa Fortuna continuar a cooperar, alguém
acaso abriga alguma suspeita de que gospodin
Putin só deve guardar ambages com a
corporação de Hipócrates?
Ressurgindo após
o forçado afastamento, e continuando com grande e inoportuna popularidade para
o imperante esquema, a polícia russa logo tratou de prender (de novo!) a Alexei
Navalny, e logo na Praça Pushkinskaya,
no centro de Moscou, onde jovens entoavam palavras de ordem contra o presidente
Putin. Antecipando-se à ritual prisão, Navalny logrou dirigir breves palavras à
multidão, declarando-se feliz pela circunstância de que tanta gente houvesse
atendido ao próprio chamado...
Como seria de
esperar, os protestos não se limitaram a Moscou. Irromperam também em São Petersburgo e na
Sibéria. Nesse contexto, segundo a OVD Info, grupo de defesa dos direitos
humanos, houve por conta dos distúrbios 1029 pessoas detidas em 19 cidades da
Rússia, sendo que 475 manifestantes apenas em Moscou.
Se as Parcas estiverem de acordo, Vladimir V. Putin tem emprego garantido
até 2024 (os mandatos agora são de seis anos!), e ele deverá continuar no poder
a ponto de superar, afinal, um obscuro senhor de nome Jozef Djugachvili, aliás Stalin,
que, coitado, não pôde completar a sua meta de trinta anos no poder!
( Fontes: O Estado de S. Paulo, Nouveau Petit Larousse Illustré )
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