O
processo de institucionalização da violência na Venezuela data de Hugo Chávez, embora esse líder, mais por
habilidade do que por convicção, haja, desde o início da chamada revolução,
nela impresso um viés autoritário, como se depreendia de sua relação com a
imprensa, a própria justiça, e, não por último, com a criação dos chamados 'coletivos'.
Em um
processo que lembra o fascismo italiano, Hugo Chávez incentivou a criação desses
'coletivos', nas áreas periféricas das cidades venezuelanas. Seria a forma de
garantir uma presença maior de grupos chavistas nos distritos populares.
Tais
grupelhos, formados nos subúrbios, passaram a constituir ver-dadeiras milícias
chavistas, motorizadas e armadas pelo poder central.
O
exemplo fascista vem logo a mente, assim como na Itália de Mussolini, logo
ficariam atuantes os grupelhos paralelos do Fascio,
cuja função intimidatória também está muito presente nos coletivos atuais. E
como têm as costas quentes, tais coletivos não se pejam de atirar em mani-
festantes.
O papel do coletivo, como milícia
intimidatória, se já era plenamente conhecido como facinoroso, ora se marca pela audácia fascista que sequer
trepida em invadir a sede da Assembléia Legislativa. E ao executarem tarefa que é própria do
fascismo - segundo a acusação do Presidente da Assembléia Nacional, Julio
Borges "havia funcionários da prefeitura de Caracas - controlada pelo
chavismo e candidatos à Constituinte de
Maduro (entre os invasores)". O fato de os "coletivos" serem
oficialmente apoiados pelo governo, com dinheiro, armas, veículos (em geral,
motocicletas) e até plano de saúde, mostra de forma irrefutável que essa gente ,a
exemplo dos esquadrões, não ousariam agir de tal forma sem o aval do poder que
lhes provê e municia.
A
violência fascista esteve igualmente presente no seu modo de atuação com que
marca o contubérnio com a brutalidade, que também preside às boçais ações das
milícias de Mussolini. A par disso -
outra característica do velho Fascio
- a própria covardia, eis que o seu ataque à instituição mais representativa da
Liberdade, como o é a Assembléia, só
poderia ter ocorrido nas suas lúridas
características sob o conluio do poder chavista, por ser contra um poder dito
desarmado, ação esta marcada pela cínica
permissão da Força Armada à irrupção fascistóide nas aras da instituição que
mais se identifica com democracia e liberdade.
É
de resto muito interessante verificar essa estreita união entre violência
política e as forças do fascismo. Não se deve esquecer que o nazismo, a exemplo
de seu precursor fascismo, não dispensara nem na S.A. (Força de Ataque), nem
mais tarde na ainda piorada em termos de violência assassina a SS (Esquadrões de
proteção), que tanto se marcaria através do flagelo dos campos de concentração...
Para que se tenha ulterior ideia de o que se deve esperar da Constituinte
de Maduro, é que entre alguns dos
covardes atacantes contra a Assembleia Nacional se achavam candidatos a essa Constituinte. Nunca os Lumpen
haviam chegado a tanto...
(
Fonte: O Estado de S.Paulo )
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