quinta-feira, 6 de julho de 2017

Travessia de Temer

                              
         Inicia-se a fase conclusiva do processo pela CCJ. Há muita incerteza no campo do Presidente Temer, mesmo depois da defesa feita pelo advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira, todo ela construída em torno do ataque à denúncia do Procurador-Geral Rodrigo Janot.
        Diante da preocupação de que o Governo terá dificuldades para alcançar maioria simples na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e sem confiar no parecer a ser elaborado pelo deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), o que se afigura importante  seria impedir  que Temer perca na CCJ. Segundo especialistas, o que a CCJ recomendar, deverá, em princípio, ser seguido pelo plenário da Câmara.
        Perante essa alegada escrita - segundo a qual a pressão pela condenação no plenário aumentaria diante do voto favorável da CCJ - o que interessa, consoante essa interpretação, seria empenhar-se para lograr reverter a tendência na CCJ, dentro do quadro que a Comissão de Constituição e Justiça no panorama histórico tem prevalecido em indicar a futura orientação do plenário da Câmara. Nesse sentido, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) foi enfático: " A CCJ  é uma referência para os deputados. O que for decidido lá, se repetirá no plenário."
         Diante de tais indicações, antes de sua viagem, Temer e sua equipe intensificaram o corpo a corpo, eis que o Presidente embarca hoje, seis de julho, para participar da reunião do G-20 na Alemanha.
          Por isso, antes desse parêntese, Temer e equipe intensificaram o chamado corpo a corpo. Por outro lado, ao final do dia de ontem, 5 de julho, o presidente reuniu os Ministros para pedir que eles trabalhem por uma agenda positiva do governo e mantenham a investida governamental  no Congresso contra a denúncia. Não obstante, por enquanto, o cenário não semelha favorável ao Governo Temer.  Por ora, segundo o Estadão, apenas seis parlamentares governistas afirmam abertamente que vão votar contra o prosseguimento do processo na CCJ.  Por outro lado, já seriam 17 deputados favoráveis à reconhecer como admissível a denúncia.  
           Por sua vez, embora Zveiter procure fazer mistério quanto à sua posição, existe forte impressão de que o relator da denúncia contra o presidente no fim de contas embarque na canoa favorável à admissibilidade da denúncia.
              Por outro lado, o filho de Cesar Maia, Rodrigo Maia (DEM - RJ), mal eleito para a presidência da Câmara a sete de fevereiro último, já foi mordido pela mosca azul.  Acredita ter boas perspectivas para assumir a Presidência da República, uma vez que, na circunstância, seria o próximo suceder a Michel Temer. Consoante a imprensa, há cerca de poucos dias conscientizou-se dessa possibilidade, e passou a trabalhar em consequência, afastando-se do grupo do Vice-Presidente Michel Temer.


( Fonte: O Estado de S. Paulo ) 

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