Há pouco escrevi blog sobre a atual situação do Exército Islâmico. A compreensível
reação do Ocidente, com o apoio determinante dos Estados Unidos e, em outra
faixa, da Rússia, explicam a perda pelo E.I. de boa parte de seu território, e
consequente base de exploração.
Mas como se vê pelo blog, se a base territorial encolheu dramaticamente, e com isso a
arrecadação, assim como o acesso às fontes de petróleo e o comércio com
preciosas antiguidades - e aí está um prejuízo cultural sensível para a
Humanidade pela dispersão de patrimônio arqueológico - ela ainda resta em
bolsões.
Por outro lado, há outra dimensão do
E.I., que não deveria ser ignorada. Reporto-me à sua capacidade de vibrar
golpes à distância, como se tem verificado na Turquia e na Europa (notadamente,
na França), mas também nos Estados Unidos, embora nesse caso, os atentados
hajam sido controlados.
Se a campanha contra os seus enclaves
notadamente no Iraque, na Síria e no entorno da Turquia tiver êxito completo,
restará a mensagem do Exército Islâmico e o seu potencial terrorista.
Assim, a provável vitória do
Ocidente contra o E.I., além de passar pelo fortalecimento da base territorial
curda, deverá ter presente que o
terrorismo à distância terá de ser igualmente combatido.
Nesse sentido, a campanha contra a
imigração pelo estamento da direita republicana e de Trump, em especial, é a falsa solução, tão demagógica, quanto
cruel e injusta. Com efeito, a melhor maneira de granjear adeptos para essa
seita será a de diabolizar o imigrante.
O melhor remédio para vencer o
preconceito contra o imigrante, se vindo com boa fé, é o da Sra. Sally Yates -
a que já me referi no blog - que é uma democrata que foi afastada por Trump pelo
fato de contrariar o seu decreto inconstitucional contra os imigrantes.
Pensando colocá-la em situação difícil o senador republicano Ted Cruz (do
Texas) lhe perguntara se estava familiarizada com o estatuto que ela havia se
recusado a cumprir, e que determinara sua exoneração. Informada sobre o número da lei, a Sra. Yates observou na seguinte linha:
Agora me relembro e a propósito há determinação adicional desta legislação, que
determina que ninguém poderá ser discriminado por causa de raça, nacionalidade,
ou lugar de nascimento. Escusado dizer que o Senador depois dessa resposta
desapareceu de cena.
É importante que existam - e se
manifestem - pessoas como a democrata Sally Yates, ainda mais agora em que a
Suprema Corte (com maioria republicana) vem com mais uma interpretação suscetível
de ser transformada em ulterior obstáculo contra o ingresso de estrangeiros.
( Fonte: The New York Times )
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