terça-feira, 25 de julho de 2017

O vergonhoso ataque contra o ACA

           
         O Partido Republicano no Senado, constrangido pela incessante campanha de Trump contra a Lei do Tratamento Custeável, deu mais um ignominioso passo contra o acesso do Povo americano ao tratamento de saúde.
         De início, verificou-se empate, com cinquenta favoráveis à ab-rogação da lei, e cinquenta pela sua manutenção. Além dos 48 democratas que votaram contra o projeto, houve duas senadoras republicanas, Susan Collins, do Maine, e Lisa Murkowski, do Alaska, que também votaram não.
         Estabeleceu-se o impasse com os cinquenta votos de senadores republicanos, inclusive John McCain que veio ao Congresso, apesar de diagnosticado com câncer cerebral. McCain preferiu o esprit de corps, defendendo o inaceitável projeto, movido pela vaidade do presidente, que não trepidou em prejudicar milhões de pessoas por derrubar uma grande lei, que tem favorecido milhões de pessoas. John McCain, a despeito de defender esse projeto nascido da vaidade de Trump, e de dizer palavras duras sobre a revogação, mostrou ao cabo mais espírito de fidelidade partidária do que empenho para assegurar a manutenção de grande e exitosa lei. 
            De acordo com a praxe, coube ao Vice-Presidente Mike Pence o voto que é prerrogativa do Vice, quando há o empate dos contra e dos a favor, na sua qualidade de presidente do Senado.
           Muitos senadores republicanos são vaticinados a colher pela derrota nas urnas do povo americano o merecido castigo por optar pelo orgulho de cerrar fileiras em projeto legislativo que responde apenas à vaidade e à pequenez do Presidente Donald Trump. Nunca tanto esforço foi gasto para derrubar uma tão grande lei, cujo único defeito foi o de assegurar tratamento médico acessível para milhões de pessoas que de outra maneira não lograriam tê-lo.
             Duas corajosas mulheres votaram contra o projeto de Trump. O Povo americano há de lembrar-se disso, mandando para casa  senadores como Ted Cruz, do Texas, Chuck Grassley, do Iowa, Marco Rubio, da  Flórida, além do inefável Mitch McConnell, do Kentucky, desde muito líder da maioria, nessa longuíssima sazão de domínio republicano no Senado, a ele que muito trabalhou pela triste e ignóbil causa de fazer naufragar o ACA, cujo principal defeito não é tornar acessível o tratamento médico para os americanos, sobretudo os mais pobres, mas sim ter sido criado e votado por Congresso democrata, o que sobremodo desagrada o  atual chefe de Mitch,  i.e. Donald J. Trump.
              Se a tola e vazia vaidade de Donald Trump colherá mais breve de o que pensa o amargo fruto  de estúpido, mesquinho e obnóxio gesto, a sua falta de inteligência e sobretudo empatia deverá ser determinante para castigo memorável pelo Povo americano, nas próximas eleições.


( Fonte: The New York Times )

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