Depois da
partida do Prefeito Eduardo Paes, com a sua profunda e quase completa
revitalização, assinalada pela derrubada do Elevado da Perimetral e a
construção de um boulevard que encantou
cariocas e turistas durante a Olimpíada, a Região Portuária do Rio de Janeiro
de novo mergulha na incerteza do impasse e da crise.
Segundo a orientação do principal
responsável pela recuperação dessa área carioca, antes afundada em quase meio-século
de decadência, a cartilha de seu idealizador acima referido mandava evitar na
medida do possível a utilização de recursos próprios na área.
No entanto, este malabarismo orçamentário, tão
a gosto do Prefeito Paes, de repente cessa sob o impacto dos ensurdecedores
estrondos da súbita falta de recursos. Com efeito, a concessionária Porto Novo
decidiu suspender, a partir de hoje, cinco de julho de 2017, a parceria
público-privada com o município, por decisão dos acionistas da concessionária
Porto Novo, formada pelas construtoras Odebrecht (37,5%), OAS (37,5%) e Carioca
(25%). E verdade seja dita, até que essas pobres empresas resolveram esperar
por um tempo, antes de fechar as respectivas bolsas! Desde janeiro de 2017 a
concessionária Porto Novo não mais recebe as verbas mensais para a manutenção e
a operação da infraestrutura da região.
E,por causa disso, a dívida já chega, segundo a concessionária, a R$ 90
milhões,
Nas ruas, caros passageiros dos
VLTs, já se pode sentir que as coisas vão mal! De onde vem essa danada crise?Os
transeuntes e pedestres já podem sentir nas ruas os efeitos dessa falta de
repasses, pois perto da Praça Mauá há calçadas danificadas e bancos quebrados!
A confusão envolvendo a operação ocorre porque o Fundo da Caixa
Econômica, que comprara - néscio que foi! como diria Homero - certificados
autorizando investidores a construir de
acordo com os novos gabaritos, não conseguiu revender os tais papéis, como
pretendera. E vejam, caros amigos e prudentes investidores! que falta de
confiança nos agentes do Estado (e da mui leal e heróica cidade do Rio de
Janeiro...). Só pouco mais de 8% de tais
documentos, batizados de Certificados de Potencial Adicional de Construção
(Cepacs)
foram até agora negociados!
Que deplorável falta de sentido
citadino e de vontade de dar continuidade à obra de revitalização da Zona
portuária carioca!
Eis que no apagar das luzes da imaginosa
gestão do prefeito Eduardo Paes - que surgira no céu carioca como um novo
Pereira Passos - não é que a prefeitura do Rio recompra a Cepacs, e faz, na
vigésima quinta hora girar de novo a mirífica engrenagem do porto dessa muy
leal cidade. A dívida de 2016 foi zerada
em janeiro de 2017! No entanto, que desgraça! Apesar disso, o novo Prefeito, a
que assoberbam os inúmeros convites para viagens além da Taprobana e sobretudo
na Europa mediterrânea, nessa oportunidade se recusa a socorrer a pobre
concessionária nesta sua hora e vez muito difícil. Inaugura então o chamado
jogo do empurra, ao alegar que a responsabilidade de fazer repasses é da Caixa!
E nesse momentoso contexto, o
jornal O Globo publica Opinião que talvez faça pensar ao nosso assoberbado
Prefeito Marcelo Crivella: "Tão importante quanto traçar o Plano
Estratégico da prefeitura para os próximos quatro anos, é cuidar do patrimônio
que foi construído. O que inclui agir para que não naufrague a parceria público-privada
que revitalizou a região do Porto"
Pense nisso, caro Prefeito
Crivella!
(Fontes: O
Globo, Homero, Guimarães Rosa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário