quarta-feira, 5 de julho de 2017

Problemas no Porto Maravilha

                       
         Depois da partida do Prefeito Eduardo Paes, com a sua profunda e quase completa revitalização, assinalada pela derrubada do Elevado da Perimetral e a construção de um boulevard que encantou cariocas e turistas durante a Olimpíada, a Região Portuária do Rio de Janeiro de novo mergulha na incerteza do impasse e da crise.
         Segundo a orientação do principal responsável pela recuperação dessa área carioca, antes afundada em quase meio-século de decadência, a cartilha de seu idealizador acima referido mandava evitar na medida do possível a utilização de recursos próprios na área.        
         No entanto, este malabarismo orçamentário, tão a gosto do Prefeito Paes, de repente cessa sob o impacto dos ensurdecedores estrondos da súbita falta de recursos. Com efeito, a concessionária Porto Novo decidiu suspender, a partir de hoje, cinco de julho de 2017, a parceria público-privada com o município, por decisão dos acionistas da concessionária Porto Novo, formada pelas construtoras Odebrecht (37,5%), OAS (37,5%) e Carioca (25%). E verdade seja dita, até que essas pobres empresas resolveram esperar por um tempo, antes de fechar as respectivas bolsas! Desde janeiro de 2017 a concessionária Porto Novo não mais recebe as verbas mensais para a manutenção e a operação da infraestrutura  da região. E,por causa disso, a dívida já chega, segundo a concessionária, a R$ 90 milhões,
           Nas ruas, caros passageiros dos VLTs, já se pode sentir que as coisas vão mal! De onde vem essa danada crise?Os transeuntes e pedestres já podem sentir nas ruas os efeitos dessa falta de repasses, pois perto da Praça Mauá há calçadas danificadas e bancos quebrados!
           A confusão envolvendo a operação ocorre porque o Fundo da Caixa Econômica, que comprara - néscio que foi! como diria Homero - certificados autorizando  investidores a construir de acordo com os novos gabaritos, não conseguiu revender os tais papéis, como pretendera. E vejam, caros amigos e prudentes investidores! que falta de confiança nos agentes do Estado (e da mui leal e heróica cidade do Rio de Janeiro...). Só pouco mais de 8% de tais documentos, batizados de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) foram até agora negociados!
          Que deplorável falta de sentido citadino e de vontade de dar continuidade à obra de revitalização da Zona portuária carioca!
           Eis que no apagar das luzes da imaginosa gestão do prefeito Eduardo Paes - que surgira no céu carioca como um novo Pereira Passos - não é que a prefeitura do Rio recompra a Cepacs, e faz, na vigésima quinta hora girar de novo a mirífica engrenagem do porto dessa muy leal cidade.  A dívida de 2016 foi zerada em janeiro de 2017! No entanto, que desgraça! Apesar disso, o novo Prefeito, a que assoberbam os inúmeros convites para viagens além da Taprobana e sobretudo na Europa mediterrânea, nessa oportunidade se recusa a socorrer a pobre concessionária nesta sua hora e vez muito difícil. Inaugura então o chamado jogo do empurra, ao alegar que a responsabilidade de fazer repasses é da Caixa!
               E nesse momentoso contexto, o jornal O Globo publica Opinião que talvez faça pensar ao nosso assoberbado Prefeito Marcelo Crivella: "Tão importante quanto traçar o Plano Estratégico da prefeitura para os próximos quatro anos, é cuidar do patrimônio que foi construído. O que inclui agir para que não naufrague a parceria público-privada que revitalizou a região do Porto"
  
                 Pense nisso, caro Prefeito Crivella!


(Fontes:  O  Globo, Homero, Guimarães Rosa)      

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