O verbo
não é dos mais usados na língua inglesa. Talvez porque to collude - segundo o Webster
ser conivente com outro, conspirar, planejar (plot) - não semelha de uso muito corrente.
E, pelas aparências, felizmente assim o é, dado o sentido pejorativo que
perpassa o verbo collude.
Pois um
dos poderosos da Administração Trump - o seu genro Jared Kushner,
e havido como o mais próximo assessor de Donald J. Trump - disse haver
mantido quatro contatos com representantes russos durante a campanha
presidencial de 2016 e o período de transição para o novo governo. Ele negou
para os senadores, sem prestar juramento, que o questionaram em sessão secreta,
haver conspirado com Moscou para influenciar a eleição na qual a candidata
democrata, Hillary Clinton, foi derrotada
na votação indireta.
"Não conspirei, nem sei de ninguém mais na campanha que haja
conspirado, com qualquer governo estrangeiro", afirmou Jared depois da sessão. E acrescentou: "Não contei com fundos
russos para financiar minhas atividades empresariais no setor privado."
Nesse
encontro, esteve com um grupo de russos na Trump Tower, em nove de junho de
2016, ao lado de Donald Trump Jr. e do então coordenador da campanha
republicana, Paul Manafort.
A
dita reunião foi marcada por seu cunhado e registrada em seu calendário como
encontro com Don Jr./Jared Kushner. Por sua vez, e-mails divulgados pelo filho mais velho do Presidente há duas
semanas mostram que a reunião foi marcada por sugestão do publicitário inglês
Rob Goldstone. Em mensagem enviada a Trump Jr. em 3/06/2016, disse ele que
conhecia pessoas que tinham informações comprometedoras contra Hillary.
"Isso é obviamente informação de alto nível e sensível, mas é parte do apoio
da Rússia e de seu governo ao sr.Trump", escreveu ele.
Em
oito de junho, Trump Jr. enviou mensagem a Kushner e Manafort sobre o
encontro, abaixo da qual estavam os e-mails que havia trocado com Goldstone.
Kushner sustentou não ter lido o conteúdo das mensagens que tinham como assunto
"Russia - Clinton: privado e
confidencial". Quando chegou ao encontro, atrasado, advogada russa estava discutindo a suspensão
de adoções de crianças de seu país por americanos.
Kushner disse ter encontrado uma desculpa para deixar a reunião antes de
ela ser concluída. "Nenhuma parte do encontro de que eu participei incluíu
qualquer coisa sobre a campanha, não houve seguimento do encontro de que eu
tenha conhecimento, não me lembro quantas pessoas estavam presentes (ou os seus
nomes) e não tenho conhecimento de que documentos tenham sido oferecidos ou
aceitos."
Durante a campanha, Kushner teve dois encontros com o embaixador nos
EUA, Serguei
Kislyak. O primeiro ocorreu em abril de 2016, quando ambos foram
apresentados, e durou cerca de um minuto, segundo seu relato. O genro do
presidente voltou a conversar com Kislyak, a 1º de de-zembro, durante a
transição.
A reunião teve a participação de Michael Flynn, que seria demitido
do cargo de Conselheiro de Segurança Nacional por omitir contatos posteriores
com o mesmo diplomata. Na discussão com Kushner, o embaixador disse que
generais russos tinham informações relativas à política dos EUA para a Síria
que gostariam de transmitir a integrantes da nova Administração.
Como os militares teriam dificuldade para viajar aos EUA, ele perguntou
se havia linha telefônica
"segura" para uma conversa com a equipe de transição. Flynn respondeu
que não. Kushner perguntou a Kislyak se Flynn poderia usar os canais de
comunicação existentes na embaixada russa em Washington, o que seria
extremamente inusual. O enviado de Moscou afirmou que não seria possível.
O quarto encontro de Kushner com russos ocorreu em treze de dezembro,
quando ele recebeu o presidente do banco estatal do país, Serguei Gorkov, a
pedido de Kislyak. Todos os encontros foram omitidos do formulário apresentado
pelo genro de Trump para obter suas credenciais de segurança na Casa Branca.
Segundo ele, o erro ocorreu por falhas de seu assessor.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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