O governo estadunidense congelou US$
500 milhões em conta do Vice-presidente da Venezuela, Tareck El-Aissami, e de
seu testa-de-ferro, Samark Lopez Bello.
Os objetivos do bloqueio pelo governo
estadunidense é de reforçar a pressão de Washington sobre Nicolás Maduro e seu
governo. El-Aissami é atacado por suas ligações com o narcotráfico (Diosdado
Cabello, o líder chavista, também é dito singrar nessas águas).
O congelamento dos fundos tem o
objetivo de forçar Maduro a respeitar a democracia e, por conseguinte, a
oposição, e nesse sentido, convocar eleições abertas e limpas, e não o
simulacro atual da convocação da assembléia constituinte dos barrios, e da brutal radicalização do
regime.
Segundo o Estado, Michael Fitzpatrick, subsecretário
assistente para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, "tais
recursos passaram a ser bloqueados em fevereiro último, quando o Departamento
do Tesouro designou el-Aissami como
narcotraficante internacional". Consoante Fitzpatrick, os ativos
bloqueados decorrem do tráfico de drogas e da corrupção.
Nesta quarta-feira, em operação
voltada a contra-arrestar a ação dessa quadrilha de Maduro, o governo
estadunidense anunciou sanções a treze indivíduos ligados ao governo de Nicolás
Maduro. Entre eles, estão os
responsáveis pela organização da eleição da Assembleia Constituinte, marcada
para amanhã, 30 de julho de 2017. Os Estados Unidos e outros doze países da
região verberaram a "consulta" e asseveraram que o seu propósito é o de
concentrar os poderes nas mãos de Maduro.
Ontem, 28 de julho corrente, o
vice-presidente americano, Mike Pence,
conversou por telefone com o líder oposicionista Leopoldo López, que, como se sabe, se acha em prisão domiciliar.
Conforme o relato divulgado pela Casa Branca, Pence afirmou no telefonema que
os Estados Unidos imporão sanções econômicas caso o governo Maduro mantenha a
votação de amanhã, trinta de julho corrente.
Por enquanto, o apoio de
Washington à frente democrática contra Maduro se tem limitado a sanções contra
indivíduos, havendo sido as primeiras em 2015, na Administração de Barack
Obama. Já em maio último foram anunciadas
sanções contra o presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), Maikel
Moreno, e sete integrantes da Câmara constitucional
da Corte que se envolveram na decisão
que usurpou poderes da Assembleia Nacional.
Nesta
última quarta-feira, 26 de julho, autoridades americanas alertaram que as 545
pessoas (!) que serão eleitas para a Constituinte de Maduro também
estarão sujeitas a sanções, caso assumam os respectivos cargos. Nesse caso, a
penalidade será o congelamento de bens que tenham nos Estados Unidos, a
proibição de entrar em território americano e o veto a qualquer transação com
residentes no país.
Como se sabe - e foi
oportunamente transmitido pelo blog - em consulta informal promovida pela Oposição 7,6
milhões de venezuelanos se
pronunciaram contra a convocação dessa "Constituinte". Dadas
as circunstâncias, e as pessoas que estão marcadas para integrá-la, a
expectativa é a de que ela seja totalmente controlada pelo Governo Maduro.
Por sua vez, o
congelamento dos ativos de El Aissami resultam de vários anos de investigação
sobre o tráfico de drogas na Venezuela. Por conseguinte, embora se integrem na
operação, ele não faz parte das sanções adotadas por Washington por força da
situação política vigente na Venezuela. Não obstante, é claro que a medida em
tela aumenta a pressão sobre Maduro, tendo sido inclusive mencionada por
ocasião do anúncio de novas sanções nesta quarta-feira, 26 de julho.
Este senhor El-Aissami assumiu o cargo de
vice-presidente em janeiro último.
Antes, fora governador do estado de Aragua, havendo também dirigido o
Ministério do Interior e Justiça no governo de Hugo Chávez Frias. Assinale-se,
por oportuno, que o nome de el-Aissami está na lista de procurados pela Interpol.
Ainda conforme a fonte
estadunidense, El Aissami facilitou o transporte de drogas a partir de bases
aéreas e portos da Venezuela. Nesse contexto, El Aissami supervisionou
múltiplos carregamentos de mais de uma tonelada de narcóticos, parte dos quais
foi destinada a território estadunidense.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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