Mossul, a segunda maior cidade do Iraque,
está prestes a ser totalmente reconquistada pelo exército iraquiano.
Passados mais de oito meses do início da
contraofensiva para retomar Mossul, o
Exército Islâmico controla agora apenas pequena fração da zona oeste de
Mossul.
Consoante o tenente Sami al-Aridhi,
comandante das Força Especiais iraquianas: "Em alguns bairros,o inimigo
está recorrendo há três dias a suicidas, principalmente mulheres. Antes disso,
o E.I. estava usando franco-atiradores e bombas."
Segundo al-Aridhi, ainda há cerca de
duzentos combatentes do EI em Mossul, na sua maioria estrangeiros.
Para contornar a ameaça dos ataques
suicidas, as forças iraquianas têm ordenado aos civis que tirem parte da roupa
antes de se aproximar dos postos de controle.
A situação dos jihadistas do E.I. é
desesperada, eis que estão cercados na margem oeste do Rio Tigre e do outro
lado, pelo exército iraquiano e a polícia. Militarmente, os jihadistas estão perto
de perderem o seu remanescente principal reduto no Iraque.
Sem embargo, as vielas estreitas e
densamente povoadas do velho centro citadino complicam muito o avanço das
forças do governo iraquiano.
De
acordo com o tenente Sami al-Aridhi, o
fim da luta pela reconquista de Mossul deve ocorrer dentro de cinco dias a uma
semana. Nesse sentido, duros combates
continuam levando os civis a fugirem da cidade.
Consoante o médico Nazar Salih, que se ocupa de uma clínica
improvisada: "Essa gente vem à
cidade velha, onde há combates ferozes. Fogem do E.I., da morte, da fome e do
medo".
Em 2014, em arremetida na aparência
irresistível, diante de forças mal-preparadas e de um governo inepto, o Exército Islâmico conquistou amplos
territórios ao norte e a oeste da capital Bagdá, mas agora os iraquianos, com o
apoio das forças aéreas da coalizão comandada pelos Estados Unidos, vêm
lentamente retomando o terreno. Essa luta fora reencetada pelo governo de Barack
Obama, e agora está sendo continuada na presidência de Donald Trump.
É importante ter presente que a
reconquista de Mossul, a despeito de sua óbvia relevância, não porá fim à
guerra contra o E.I. Com efeito, o
Exército Islâmico ainda controla
diversas áreas no Iraque e na Síria.
O grupo jihadista, que perdeu 60% de
seu território e 80% de suas receitas em três anos, ainda continua cometendo
atentados tanto no Iraque, quanto na
Síria. No último domingo, um suicida detonou uma bomba em campo de
refugiados na província de Ambar, no
oeste do Iraque, matando a catorze pessoas.
Se não houver nenhuma resistência
inesperada, o processo de destruição do "Califado", cujo início fora
anunciado por al-Baghdaadi da sacada de mesquita em Raqqa, há coisa de três
anos, semelha agora próximo ao fim. É o que a sofrida população do Iraque e
Síria deseja intensamente, para poder reconstituir as próprias vidas. Inshallah[1],
é o que ora diz, com a esperança no coração, essa gente sofrida, que ora vê
luzir a esperança.
(
Fonte: O Estado de S. Paulo )
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