De saída, não são boas as perspectivas
para a votação pela Câmara dos Deputados o eventual apoio a Michel Temer. Nem o
próprio PMDB, legenda de Temer, decidiu fechar questão. O PMDB tem 63
deputados.
A base do Governo reúne 327 deputados.
O caso mais crítico para o presidente é o PSDB. Nesse contexto, seis dos sete
deputados integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) - onde ocorre
a primeira tramitação na Câmara - devem votar pela aceitação da denúncia.
O líder do partido, o deputado Ricardo
Tripoli (SP), disse que vai reunir a bancada - 46 deputados. A expectativa é de
que a pressão pelo desembarque do governo aumente.
Até o próprio líder do DEM , Efraím
Filho (PB) evitou fazer enfática defesa do Presidente. O DEM é também a legenda
do presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ) é o primeiro na linha sucessória, e assume o cargo caso a denúncia
seja aceita. Segundo o Estadão, Maia se
descolou do Palácio do Planalto nos últimos dias.
Já o lider do Podemos, o antigo
PTN, Alexandre Baldy (GO), também disse
que ainda "é muito cedo" para ter um termômetro da situação. O
Podemos - a que o Senador Romário aderiu nos últimos dias - tem catorze
deputados.
Por sua vez, em partidos como o PSD,
PP, PR e PTB, o discurso predominante é que a denúncia não traz provas
concretas contra Temer. Junta, as quatro legendas do chamado Centrão formam
grupo de aproximadamente 140 deputados.
Para o líder do PR, deputado José
Rocha (BA) o governo terá maioria na CCJ e no Plenário, pois os parlamentares
vão avaliar que falta pouco mais de um ano para a eleição presidencial. Nesse
sentido, Rocha questiona: "Você
acha que o País tem condições de suportar duas eleições?"
Por sua vez, o líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO), também usou
o princípio da estabilidade para defender a permanência de Temer : "O País não merece mais uma ruptura
neste momento."
O processo contra Temer deve
selar o afastamento do PSB do governo. A líder Tereza Cristina (MS) é próxima a
Temer, mas admite que a maioria da bancada, de 36 deputados, deve optar por
votar pelo seguimento da denúncia. O assunto deverá ser discutido na
terça-feira. No mesmo dia, o presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), deve
anunciar o nome do relator da denúncia na Comissão.
A denúncia contra Michel Temer
chegou à Câmara na quinta-feira passada. Após a defesa se manifestar, haverá
cinco sessões para o deputado que for designado relator apresentar seu parecer.
Em seguida, o processo vai ao plenário. Para que o STF dê seguimento ao caso,
são necessários os votos de 342 deputados.
(
Fonte: Estado de S. Paulo )
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