sábado, 22 de julho de 2017

Apoio da esquerda brasileira a Maduro?

                    
       Diante do caos do regime chavista de Nicolás Maduro, caos este que provocou a reação do povo venezuelano, com a prolongada greve, e geral levantamento - já chegou a cem mortos - contra tanto a estranha Constituinte limitada aos becos e aos redutos do chavismo, quanto no que tange o cruel desafio da brancaleônica incompetência de Nicolas e de sua clique, incompetência essa que atinge a gente da terra com a hiperinflação, o desabastecimento generalizado de comestíveis e medicamentos, e à insegurança nas ruas, de que estão livres apenas os bandos chavistas dos chamados coletivos , que por seu turno espalham o terror nas próprias vizinhanças - para tanto, decerto , estipendiados com o salário do medo que provocam. 
      Não leitor, não esqueci que para essa longa e sofrida descrição (para a gente venezuelana) , um complemento é necessário.
      Infelizmente, para tanto se candidatam  PT e PCdoB, mimetizando um apoio que o Brasil - muito ao arrepio do bom-senso e, não trepidemos em acrescentá-lo, ao caráter da nossa gente, foi muita vez também estendido, quando de sua longa permanência no poder, em forma de apoio que contra- dizia a tudo que a diplomacia de Estado brasileira ensina.
       As instâncias da Secretaria de Estado ignoraram a perene determinação da diplomacia de Estado e não de partido. Nos últimos anos,quando já claudicava, pelos próprios erros, tanto éticos, quanto administrativos,  o poder petista sobre o Planalto,  a central diplomática não se pejara de ignorar as tropelias de seus dirigentes contra a maioria da população venezuelana. Houve também missão parlamentar, que sem o necessário apoio, não pôde transmitir o que sentia a Nação brasileira.
        Hoje o Brasil carece de retornar sem demora às posturas de Rio Branco e de tantos diplomatas que honraram a nossa tradição da diplomacia de Estado.
        Ignoremos as resoluções do PT e de seu caudatário PCdoB. O tempo daqueles já soou, com as muitas inconveniências para o Brasil que caíram sobre nós pela ignara munificência de Lula e congêneres, na época para atender correligionário extra-fronteiras do PT, hoje já varrido do cenário internacional.
            O que não entrava na cabeça dessa gente, é que o Brasil tem a feição que a vemos desde os bancos escolares - e através dos séculos - pelo trabalho de diplomatas e ur-diplomatas nossos, através dos séculos. Por graça do preparo e de tradição fundada no interesse nacional, assim como no estudo, a partir dos padres matemáticos(de que nos escreve o grande historiador português Jaime Cortesão) e de mapas muito bem guardados[1] erigimos barreira - de saber e consciência nacional - fundada no estudo e conheci-mento, senão também no chão e na pátria, muita vez além dos regimes, como foi o exemplo de nosso grande precursor, Alexandre de Guzmão, santista e moço de escrivaninha d'el Rey de Portugal.
              Por isso, como a corrupção desbragada os retirou do poder, essas siglas que antes logravam infletir à nossa diplomacia direção contrária ao que aprendêramos nas carteiras do Instituto Rio Branco, agora se vêem confinadas ao noticiário de jornal.  Não mais aqui repercutem as tolas diretivas de favorecer ao ditador de fancaria, Nicolas Maduro, em detrimento do Povo sofrido daquela terra.

( Fontes: Estado de S. Paulo, Jaime Cortesão )




[1] Jaime Cortesão, grande historiador português (1884-1960), boa parte de sua vida passou exilado no Brasil, por causa da ditadura de Oliveira Salazar, em Portugal.

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