terça-feira, 11 de julho de 2017

Presos os policiais suspeitos de Pau d'Arco

                            

      Treze policiais - onze PMs e dois civis - foram presos ontem, dez de julho, suspeitos de participação na morte de dez trabalhadores rurais na Fazenda Santa Lúcia, em Pau d'Arco, no sudeste do Pará.
     As prisões são temporárias e foram autorizadas  pelo juiz Haroldo Silva da Fonseca, da Comarca de Redenção, município do interior do Estado.
      Após evidências de que os trabalhadores rurais foram assassinados, o Ministério Público pediu as prisões em apreço.
       Policiais federais foram destacados para cumprir os mandados de prisão. Oito policiais militares e um civil foram presos em Redenção, enquanto os demais foram detidos em Belém. 
      Por ordem do juiz, os policiais foram levados para o Centro de Recuperação Especial Coronel Anastácio das Neves (Crecan), em Santa Izabel, na região metropolitana de Belém.
      Como foi amplamente noticiado, os crimes, que ficaram conhecidos como a "chacina de Pau D'Arco", ocorreram no dia 24 de maio, quando um grupo de 24 PMs e quatro policiais civis foram à fazenda para cumprir mandados de prisão de suspeitos pela morte de Marcos Batista Ramos Montenegro, segurança da propriedade, que havia sido assassinado no dia 30 de abril.
      De acordo com o promotor Alfredo Martins de Amorim, um dos que assinam os pedidos de prisão, a promotoria trabalha com evidências de que houve uma execução. Segundo Amorim, foi permitida a participação irregular de seguranças da fazenda na operação.
     A Polícia Militar disse que as prisões temporárias fazem parte da investigação e vai aguardar o fim das apurações. As corregedorias das duas polícias também investigam a ação policial que resultou na morte dos sem-terra.

      Defesa dos Acusados.      

       O escritório do advogado Arnaldo Ramos, que atua na defesa dos PMs, afirmou que as prisões são desnecessárias porque eles colaboram com as investigações e que vai entrar com recurso para que continuem respondendo em liberdade. A defesa dos policiais civis disse que irá se manifestar oportunamente.
      Foram presos o coronel da PM Carlos Kened Gonçalves de Souza, o tenente Rômulo Neves de Azevedo, o cabo Cristiano Fernando da Silva, o 2º sargento Advone Vitorino da Silva, o 3º sargento Orlando Cunha de Sousa, o sargento Ronaldo Silva Lima,o Cabo Ricardo Moreira da Costa Dutra e os soldados Rodrigo Matias de Souza, Jonatas Pereira e Silva, Neuly Sousa da Silva e Wellington da Silva Lira. Ainda foram presos o escrivão da Polícia Civil Douglas Eduardo da Silva Luz e o investigador Euclides da Silva Lima Júnior. De acordo com o Ministério Público, dois policiais civis fizeram acordo de delação premiada, o que possibilitou os pedidos de prisão temporária.

        Lider Morto. Na sexta-feira, um dos líderes do acampamento da fazenda Santa Lúcia, onde os dez trabalhadores rurais foram mortos, também foi assassinado a tiros na cidade de Rio Maria, distante sessenta quilômetros do local.  
         Rosemildo Pereira de Almeida, o "Negão", de quarenta e quatro anos, deixara a comunidade em que vivia com antigos ocupantes da Santa Lúcia, porque vinha recebendo ameaças. Ele foi executado com tiros na cabeça ao sair de uma igreja. A Polícia Federal ainda investiga se a morte tem relação com a aludida chacina.


( Fonte:  O  Estado de S. Paulo )

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