O primeiro encontro entre os Presidentes
do EUA e da Rússia realizou-se na sexta-feira e durou duas horas e quinze
minutos. Trump resolveu à última hora levantar a questão da interferência russa
na eleição americana. Putin negou qualquer ingerência na eleição, e nesse
sentido pediu que lhe fossem apresentadas provas.
A maior parte do tempo foi dedicada à
questão da Síria. Os Estados Unidos e a Rússia concordaram em acertar um
cessar-fogo em área restrita, no sudoeste da Síria, iniciando-se no domingo.
Tal iniciativa seria o último esforço por representantes dos EUA e da Rússia
para facilitar um acordo que ponha fim à guerra civil na Síria, que perdura há
seis anos.
Funcionários da Administração Trump
revelaram que Trump e Putin discutiriam a idéia de associar-se para estabelecer
safe zones (zonas seguras) na Síria,
como parte de seus esforços de encetar uma nova era de cooperação com Moscou.
(A notícia foi antecipada pela A.P. e
confirmada por membro sênior da delegação americana, sob condição de anonimato).
Lavrov, o ministro do exterior
russo, falou sobre o cessar-fogo, mais tarde, em Hamburgo. Esse cessar-fogo
ocorreria da meia-noite ao meio dia, hora local, no domingo, nas áreas de Daraa,
Quneitra e Sweida. Inicialmente, a segurança desta zona específica será
garantida pelas forças da Polícia militar russa, em coordenação com americanos
e jordanianos.
Este acordo é o primeiro sinal de desenvolvimento
concreto do encontro entre Trump e Putin. A reunião durou mais de duas horas.
Uma leitura ou sumário dos tópicos discutidos não ficou de imediato disponível.
Apenas seis pessoas participaram da
reunião: Mr Donald J. Trump e seu Secretário
de Estado, Rex W. Tillerson; gospodin Vladimir V. Putin e seu Ministro do Exterior, Sergei V. Lavrov; e dois intérpretes. A delegação russa, em verdade, se terá
esforçado em incluir diversos outros membros no encontro, mas a representação
americana insistiu em que a reunião fosse mantida restrita, para evitar
vazamentos e descrições alternativas mais tarde, de acordo com versão de funcionário
estadunidense.
Nota do autor do Blog.
Com a eleição de Donald Trump, a
Rússia de Vladimir Putin obteve avanço indiscutível em termos de precedência
política. Não devemos esquecer que não faz muito, por força de escorregadelas
de gospodin Putin, o presidente
americano Barack H. Obama lhe disse que a Rússia era um "poder
continental".
Tenha havido ou não interferência
russa nas eleições americanas e na consequente derrota de Hillary Clinton, a
candidata do Partido Democrata, contra quem Putin guardava um velho rancor (old beef),[1]
não há negar que as relações entre Washington e Moscou estão agora em outro
nível. Assinale-se que na reunião do G-20, os dois líderes realizam um encontro
de cúpula, que precede as demais conversações desse grupo...
Por outro lado, parece necessário
sublinhar que a inclusão de Daraa, no sul da Síria, entre as localidades
partícipes do cessar-fogo não terá sido feita sem intúito simbólico. É bom não
esquecer que os primeiros sinais do conflito surgiram em Daraa. Terá sido a
sistemática postura do ditador Bashar al-Assad de ignorar tais demonstrações de
protesto que terá contribuído para que esse conflito se estendesse a toda a
Síria, com um número de mortos que deveria ser respeitado, com mais de seis anos de duração, em que
provocou impressionante número de refugiados (quem esquecerá a foto do garoto
de três anos afogado em praia da Turquia, por força do naufrágio da precária
embarcação que tentava levar a sua família para a segurança da Grécia e do
continente europeu?)
Pois, seria bom não esquecer que
a guerra civil terminou com Assad no poder e Putin na comissão das potências
garantes, juntamente com os Estados Unidos de seu amigo Trump, pelo pontual apoio (muito bem pago) de Putin
a Assad, que o visitou em Canossa, i.e., Moscou, no Kremlin, onde se acertou as
condições de sua manutenção no poder. E, também, por último, seria bom que não
se esquecesse que se Assad e Putin (não necessariamente nesta ordem) terminam
entre os vencedores, uma poderosa razão determinante está na negativa de Barack
Obama de ajudar e rearmar o campo rebelde na Síria, apesar de instado por
Hillary Clinton, então Secretária de Estado americana, e por todos os chefes dos
principais departamentos americanos com responsabilidade no conflito sírio.
( Fontes: The New York Times;
e o blog de MMA )
[1]
Indicação dada em entrevista pós-eleitoral pela candidata do Partido Democrata
à presidência dos Estados Unidos, segundo a qual a então Secretária de Estado teria contribuído para que houvessem protestos em Moscou a respeito de alegada interferência em favor de Putin em pleito realizado na Rússia. Seria tal interferência de Hillary como Secretária de Estado que teria provocado o rancor do presidente russo.
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