Miriam Leitão dispensa
apresentações. Mais uma vez, ela mostrou
não só raciocínio, mas também firmeza e coragem. Como no recente episódio da
viagem de avião de Brasília ao Rio. Enfrentou com postura digna a malta entre
os passageiros, e a grave omissão do comandante . Para quem acaso tivesse
dúvidas, mostrou têmpera, se porventura duvidasse da firmeza com que arrostara outros desafios.
Agora ela nos traz na sua coluna o
artigo intitulado "O erro de Janot".
Parece-me importante transcrever os
pontos mais relevantes do arrazoado da colunista: "Janot concluirá seu
tempo de procurador-geral em dois meses. Exerceu seu mandato com coragem. Enfrentou os mais poderosos políticos do
país. Mas se rendeu aos irmãos Batista. Ele disse que teve de fazer "uma escolha
de Sofia". Errado. Sofia não tinha saída boa na escolha entre a morte de
um dos dois filhos. Mas Janot tinha uma terceira opção: endurecer na
negociação, conseguir uma colaboração justa para a sociedade brasileira, em que
os criminosos tivessem vantagens, redução de penas, mas não a imunidade (...).
Faltou a ele frieza e firmeza na negociação. Faltou lembrar que ninguém pode se
colocar acima da lei ou fora de seu alcance.(...) Janot, ao aceitar dar aos
irmãos tudo o que pediram, atingiu a alma da Lava-Jato. O que construíu o forte apoio da opinião pública à
operação é o combate à impunidade, ou, como prefere o procurador: "Pau que
dá em Chico, dá em Francisco." Mas ele poupou os Batista. Esse foi o erro
de Janot."
(
Fonte: O
Globo, artigo de Míriam Leitão )
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