segunda-feira, 10 de julho de 2017

O erro de Janot

                   
        Miriam Leitão dispensa apresentações.  Mais uma vez, ela mostrou não só raciocínio, mas também firmeza e coragem. Como no recente episódio da viagem de avião de Brasília ao Rio. Enfrentou com postura digna a malta entre os passageiros, e a grave omissão do comandante . Para quem acaso tivesse dúvidas, mostrou têmpera, se porventura duvidasse da firmeza com  que arrostara outros desafios.  

        Agora ela nos traz na sua coluna o artigo intitulado "O erro de Janot".

     Parece-me importante transcrever os pontos mais relevantes do arrazoado da colunista: "Janot concluirá seu tempo de procurador-geral em dois meses. Exerceu seu mandato com coragem.  Enfrentou os mais poderosos políticos do país. Mas se rendeu aos irmãos Batista. Ele disse que teve de fazer "uma escolha de Sofia". Errado. Sofia não tinha saída boa na escolha entre a morte de um dos dois filhos. Mas Janot tinha uma terceira opção: endurecer na negociação, conseguir uma colaboração justa para a sociedade brasileira, em que os criminosos tivessem vantagens, redução de penas, mas não a imunidade (...). Faltou a ele frieza e firmeza na negociação. Faltou lembrar que ninguém pode se colocar acima da lei ou fora de seu alcance.(...) Janot, ao aceitar dar aos irmãos tudo o que pediram, atingiu a alma da Lava-Jato. O que construíu o forte apoio da opinião pública à operação é o combate à impunidade, ou, como prefere o procurador: "Pau que dá em Chico, dá em Francisco." Mas ele poupou os Batista. Esse foi o erro de Janot."   



( Fonte:  O  Globo, artigo de Míriam Leitão )

Nenhum comentário: