Parece cada vez mais provável que o
ex-presidente Lula será judicialmente afastado da eleição do ano que vem. Não
creio - embora possam me imputar de imprudência quanto a tramitações judiciais
- que o TRF 4º enveredará por sentença contrária àquela do Juiz Sérgio Moro.
Por maior que seja desta feita a
atenção nacional sobre a evolução judicial da condenação de Lula, é pouco
crível que surgiria maioria contrária à
decisão do Juiz Moro.
Além de estar muito bem redigida e
fundamentada, ele teve muito presente o que pode ser entendido como o ligeiro
tropeço no juízo do tesoureiro Vaccari (por falar nisso, alguém já prestou
atenção na sucessão delituosa dos últimos tesoureiros do Partido dos Trabalhadores?),
que ensejou a recusa por maioria de 2x1 na sua condenação.
Com a pressa que caracteriza a notícia
em Pindorama, terá alguém outrossim se dado
conta que a "inocência" de Vaccari Neto durou pouquíssimo, tal o peso
das condenações anteriores?
Mas teve no caso grande utilidade,
porque representou a extra-pílula de prudência que levou o Juiz Sérgio Moro às
mais de duzentas páginas na própria fundamentação da condenação ao
ex-presidente Lula.
Ali está senão o trabalho de uma vida -
pois se espera muito mais do bom Juiz Sérgio Moro - pelo menos um instante
relevante, desses que se guarda na memória, antes de retomar a caminhada.
Porque com diligência, afinco e
serenidade, o Juiz Moro enfrentou o suposto enigma, e mostrou - para quem
deseja saber - o caminho a ser seguido se se almeja que justiça seja feita.
Para mim, a emenda Cândido - a da
extra-prorrogação, que equivaleria à hiper-judicialização do processo - se
desmontará por si mesmo, não porque se queira fazer justiça de qualquer
maneira, mas porque o Brasil avançou desde 2013 - e não vamos desmerecer das
manifestações que saíram da São Paulo daquele ano, como tantos outros grandes
movimentos que dali partiram em nossa história pátria - e a conscientização do Povo
grande - aquele que se reúne em multidões pacíficas, porém conscientes e
determinadas por esses Brasis afora.
Há muitas coisas por fazer nesse
imenso Pindorama (entre as primeiras, acabar com a ridícula multiplicação das legendas),
mas estará entre as pré-primeiras que se
resolva democraticamente a questão Lula da Silva. Ele não é coitadinho, nem perseguido político, como quer aparentar às vezes. O tríplex do Guarujá está
aí, a primeira Pedra no seu caminho. Mas outras aí vem, como a do sítio de Atibaia que parece ainda mais difícil de ser apresentada como "perseguição política",ou o que é ainda mais cínico, como ulterior instância de judicialização.
(
Fontes: Carlos Drummond de Andrade; O Estado de S. Paulo; O Globo; Folha de S. Paulo)
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