Faz tempo, como nos lembra Miriam
Leitão, que Dilma Rousseff, com a
mendacidade habitual, indicou Aldemir Bendine para "botar ordem" na
Petrobrás, ao invés manteve o esquema.
Os investigadores disseram ter provas contra
Bendine e o publicitário André Gustavo Vieira, também preso pela Lava-Jato e
que seria o intermediário da propina.
Bendine foi preso ontem após a
descoberta de que teria recebido R$ 3 milhões em propina da Odebrecht, já
quando ocupava o cargo deixado por Graça Foster.
Aldemir Bendine foi o alvo principal
da 42ª fase da Operação Lava-Jato, que como apontado acima prendeu igualmente André Gustavo Vieira, havido como o operador
responsável pelo repasse milionário da empreiteira para o ex-presidente da
Petrobrás.
Bendine foi ontem levado de carro do
interior paulista para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, onde
dividirá espaço com Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa que abastecia o
esquema do ex-executivo na companhia.
Na chamada Operação Cobra (apelido
do ex-executivo ) a Justiça expediu, a pedido da Força Tarefa do Ministério
Público Federal no Paraná, três mandados de prisão temporária - o ulterior preso
foi Antônio Carlos Vieira, irmão de André, enquanto tentava embarcar para
Portugal.
Assinale-se que a relação de
Bendine com a Odebrecht se transformou
no maior alvo dos investigadores. Há,segundo a Justiça, evidências de que, numa
primeira oportunidade, um pedido de propina no valor de R$ 17 milhões foi
realizado por Bedine à época em que era presidente do Banco do Brasil para
viabilizar a rolagem de dívida de um financiamento da Odebrecht Agroindustrial.
Há também um ulterior pagamento
da Odebrecht de R$ 3 milhões que tinha receio de ser prejudicado na Petrobrás.
Tal foi descoberto na Operação Xepa, que repassou o montante em três 'entregas' de
um milhão cada.
Havia perigo de que Bendine
fugisse do país, eis que só dispunha
de uma passagem de ida para Portugal, em vôo marcado para amanhã, 29 de julho.
Apesar da tentativa do advogado de defesa de Bendine, Pierpaolo Cruz Bottini,
de viabilizar a viagem de Bendine, o Juiz Sérgio Moro lembrou da dupla
cidadania do ex-presidente da estatal. "Bendine estaria em busca de um
banco no exterior, o que pode ser motivado pela intenção de ocultação do
produto do crime. Aldemir Bendine ainda tem dupla cidadania, no caso brasileira
e italiana, com o que, caso se refugie no exterior, haverá dificuldade para
eventual extradição".
Por fim, os procuradores aproveitaram
a nova fase da Operação para criticar a redução dos recursos para
investigações. "Preocupa a todos nós o arrefecimento do investimento na
Lava-Jato pela direção da Polícia
Federal" - sublinhou o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa
da Lava-Jato. No mesmo sentido, se manifestou a colega Jerusa Burmann Viecili:
"Há quem fale que as investigações contra a corrupção têm que acabar, mas
casos como esse deixam claro que os criminosos não vão parar. Pregar o fim da Lava-Jato é defender a
liberdade para os ladrões do dinheiro público prosseguirem."
Cabe ainda assinalar o que disse
Athayde Ribeiro Costa, procurador da República: "É assustador que
encontremos uma pessoa que supostamente foi indicada para a presidência da
Petrobrás para estancar a corrupção
e tenha praticado crimes nesse sentido."
(
Fontes: O Globo, Guimarães Rosa )
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